Uma possível candidatura alternativa à Casa Branca, protagonizada por Will Rogers. Para a vice-presidência nada melhor do que os irmãos Marx.
Via Bizarre Los Angeles
(para os interessados, esta curiosa página no Facebook promete divulgar uma nova fotografia alusiva às presidenciais por dia até às eleições para a presidência dos EUA)
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Meetin' WA, de Jean-Luc Godard (1986)
Quando dois grandes amigos se juntam para meter a conversa em dia, a ideia tem tudo para dar bom resultado. Se esses dois amigos forem Woody Allen e Jean-Luc Godard (JLG) e houver uma câmara de filmar por perto, ficamos todos a ganhar. É essa a proposta de «Meetin' WA», uma curta-metragem do mestre da Nouvelle Vague realizada em 1986, quando JLG resolveu conhecer o realizador nova-iorquino para lhe propor a participação numa adaptação da peça «Rei Lear», de William Shakespeare. Este projecto viu a luz do dia um ano mais tarde, mas não chega a ser focado nestes 25 minutos de conversa entre os dois grandes cineastas.
Em «Meetin' WA» assistimos a um diálogo entre JLG e Woody Allen, onde o primeiro quer saber um bocado mais sobre a forma como o companheiro nova-iorquino trabalha os seus filmes. E é engraçado vermos Godard a jogar com as palavras de Allen, utilizando-as e recorrendo mesmo a alguns dos métodos de Allen na própria curta, como por exemplo o recurso a entre-títulos, que Allen incluiu em «Ana e as Suas Irmãs» e é uma técnica sobre a qual JLG quer saber porque o seu amigo a utiliza. Não estamos perante um dos melhores filmes-entrevista de sempre, longe disso e bastava recordar as entrevistas de François Truffaut a Alfred Hitchcock para colocar esta pequena pérola de parte.
Mas o diálogo entre dois cineastas com universos que parecem tão distantes entre si vale sempre bem a pena ser visto. Uma das melhores sequências é quando vem à baila a questão da 'intromissão' da cassete de vídeo nos hábitos dos cinéfilos. Estamos na década de 1980 e Allen já se mostra preocupado com o facto de haver pessoas que preferem ver filmes como «Citizen Kane» ou «2001: Odisseia no Espaço» num ecrã pequeno, como se estivessem hipnotizadas, em vez de irem à sala de Cinema, onde todo um ritual à volta da sessão é recordado por Woody Allen. Seria interessante este diálogo ser refeito nos dias de hoje, para que os dois protagonistas abordassem a questão da Internet e a sua influência na forma como os cinéfilos têm acesso aos filmes nos dias de hoje.
Para os interessados em assistir a este breve diálogo, o filme pode ser visto aqui.
Classificação: 4/5
Em «Meetin' WA» assistimos a um diálogo entre JLG e Woody Allen, onde o primeiro quer saber um bocado mais sobre a forma como o companheiro nova-iorquino trabalha os seus filmes. E é engraçado vermos Godard a jogar com as palavras de Allen, utilizando-as e recorrendo mesmo a alguns dos métodos de Allen na própria curta, como por exemplo o recurso a entre-títulos, que Allen incluiu em «Ana e as Suas Irmãs» e é uma técnica sobre a qual JLG quer saber porque o seu amigo a utiliza. Não estamos perante um dos melhores filmes-entrevista de sempre, longe disso e bastava recordar as entrevistas de François Truffaut a Alfred Hitchcock para colocar esta pequena pérola de parte.
Mas o diálogo entre dois cineastas com universos que parecem tão distantes entre si vale sempre bem a pena ser visto. Uma das melhores sequências é quando vem à baila a questão da 'intromissão' da cassete de vídeo nos hábitos dos cinéfilos. Estamos na década de 1980 e Allen já se mostra preocupado com o facto de haver pessoas que preferem ver filmes como «Citizen Kane» ou «2001: Odisseia no Espaço» num ecrã pequeno, como se estivessem hipnotizadas, em vez de irem à sala de Cinema, onde todo um ritual à volta da sessão é recordado por Woody Allen. Seria interessante este diálogo ser refeito nos dias de hoje, para que os dois protagonistas abordassem a questão da Internet e a sua influência na forma como os cinéfilos têm acesso aos filmes nos dias de hoje.
Para os interessados em assistir a este breve diálogo, o filme pode ser visto aqui.
Classificação: 4/5
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Os nossos enviados a Veneza (e algumas recomendações para o festival)
Arranca hoje a 69ª edição do Festival de Veneza, cidade que durante os próximos 11 dias será a capital mundial do Cinema. Nesta edição daquele que é considerado um dos três principais festivais de Cinema do mundo, a par de Berlim e Cannes, Portugal está representado com dois filmes e uma co-produção: «O Gebo e a Sombra», o mais recente filme de Manoel de Oliveira, fora de competição, a curta-metragem «North Atlantic», de Bernardo Nascimento, que vai ser uma das obras presentes na final da primeira edição do Your Film Festival, e «Linhas de Wellington», o último projecto de Raul Ruiz, co-produzido por Paulo Branco, que foi concluído pela esposa do cineasta chileno, Valeria Sarmiento, após a sua morte. Este último está presente na secção de competição.
«O Gebo e a Sombra»
Manoel de Oliveira
Reunindo um elenco de luxo, que conta com nomes como Jeanne Moreau, Claudia Cardinale e Michael Lonsdale, além dos já habituais Ricardo Trêpa, Leonor Silveira ou Luis Miguel Cintra, «O Gebo e a Sombra» marca o regresso do realizador mais velho em actividade. Baseado numa peça de teatro de Raúl Brandão, adaptada aos dias de hoje, onde o tema principal é a pobreza. Sobre esta peça Oliveira afirma que esta é uma «facilmente adaptável à situação actual, tanto ética como economicamente, sem quaisquer preconceitos. Pelo contrário, continua contemporânea e universal».
«North Atlantic»
Bernardo Nascimento
A curta-metragem de Bernardo Nascimento não faz parte do programa oficial de Veneza, mas integra uma das mais curiosas iniciativas paralelas do certame. Depois de ter sido um dos 10 filmes mais votado numa competição organizada pelo YouTube em parceria com Ridley Scott, «North Atlantic» vai ter direito a uma projecção durante o festival e se for considerada por um júri liderado pelo realizador britânico como a melhor curta vai ter direito a um prémio de luxo: a oportunidade de realizar uma longa-metragem, produzida por Scott, com um orçamento de 500 mil dólares.
«Linhas de Wellington»
Valeria Sarmiento
«Linhas de Wellington» foi o último projecto que contou com a participação de Raul Ruiz, o realizador chileno que adaptou ao grande ecrã magistralmente a obra «Mistérios de Lisboa», de Camilo Castelo Branco. Após a morte do cineasta a sua viúva Valeria Sarmiento resolveu pôr mãos à obra para continuar o filme, numa co-produção luso-francesa. Tal como em «Mistérios de Lisboa», este filme leva-nos numa viagem ao passado de Portugal para retratar a época das invasões francesas e o esforço do general britânico Wellington para travar os exércitos de Napoleão. Se «Linhas de Wellington» está à altura de «Mistérios de Lisboa», será algo a confirmar no próximo dia 4, quando o filme for apresentado pela primeira vez ao público.
Outros destaques
Além da presença portuguesa, o Festival de Veneza conta com grandes nomes, tanto na secção de Competição como Fora de Competição. Este ano não é excepção e fica marcado pelo regresso de grandes nomes, dos quais se destacam estes.
(nota: estas escolhas baseiam-se no meu conhecimento dos realizadores das obras presentes no festival. Há decerto outros filmes que mereciam destaque, mas basicamente este foi o critério)
«O Gebo e a Sombra»
Manoel de Oliveira
Reunindo um elenco de luxo, que conta com nomes como Jeanne Moreau, Claudia Cardinale e Michael Lonsdale, além dos já habituais Ricardo Trêpa, Leonor Silveira ou Luis Miguel Cintra, «O Gebo e a Sombra» marca o regresso do realizador mais velho em actividade. Baseado numa peça de teatro de Raúl Brandão, adaptada aos dias de hoje, onde o tema principal é a pobreza. Sobre esta peça Oliveira afirma que esta é uma «facilmente adaptável à situação actual, tanto ética como economicamente, sem quaisquer preconceitos. Pelo contrário, continua contemporânea e universal».
«North Atlantic»
Bernardo Nascimento
A curta-metragem de Bernardo Nascimento não faz parte do programa oficial de Veneza, mas integra uma das mais curiosas iniciativas paralelas do certame. Depois de ter sido um dos 10 filmes mais votado numa competição organizada pelo YouTube em parceria com Ridley Scott, «North Atlantic» vai ter direito a uma projecção durante o festival e se for considerada por um júri liderado pelo realizador britânico como a melhor curta vai ter direito a um prémio de luxo: a oportunidade de realizar uma longa-metragem, produzida por Scott, com um orçamento de 500 mil dólares.
«Linhas de Wellington»
Valeria Sarmiento
«Linhas de Wellington» foi o último projecto que contou com a participação de Raul Ruiz, o realizador chileno que adaptou ao grande ecrã magistralmente a obra «Mistérios de Lisboa», de Camilo Castelo Branco. Após a morte do cineasta a sua viúva Valeria Sarmiento resolveu pôr mãos à obra para continuar o filme, numa co-produção luso-francesa. Tal como em «Mistérios de Lisboa», este filme leva-nos numa viagem ao passado de Portugal para retratar a época das invasões francesas e o esforço do general britânico Wellington para travar os exércitos de Napoleão. Se «Linhas de Wellington» está à altura de «Mistérios de Lisboa», será algo a confirmar no próximo dia 4, quando o filme for apresentado pela primeira vez ao público.
Outros destaques
Além da presença portuguesa, o Festival de Veneza conta com grandes nomes, tanto na secção de Competição como Fora de Competição. Este ano não é excepção e fica marcado pelo regresso de grandes nomes, dos quais se destacam estes.
(nota: estas escolhas baseiam-se no meu conhecimento dos realizadores das obras presentes no festival. Há decerto outros filmes que mereciam destaque, mas basicamente este foi o critério)
Filme de Abertura:
«The Reluctant Fundamentalist», de Mira Nair (EUA/Qatar)
Competition:
Horizons:
«80!»
Venice Classics:
«To the Wonder», de Terrence Malick (EUA)
«Something in the Air», de Olivier Assayas (França)
«Outrage: Beyond», de Takeshi Kitano (Japão)
«Pieta», de Kim Ki-duk (Coreia do Sul)
«The Master», de Paul Thomas Anderson (EUA)
«Dormant Beauty», de Marco Bellocchio (Itália)
«Passion», de Brian De Palma (França/Alemanha)
«Thy Womb», de Brillante Mendoza (Filipinas)
Out of Competition:
«Bad 25», de Spike Lee (EUA)
«The Company You Keep», de Robert Redford (EUA)
«80!»
«Stress-es Tres-Tres», de Carlos Saura (Espanha, 1968)
Venice Classics:
«Heaven's Gate», de Michael Cimino (EUA, 1980)
«The Gentlemen Prefer Blondes», de Howard Hawks (EUA, 1953)
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Para desenjoar do Anderson...
...o novo e último trailer do próximo filme do outro Anderson, o Paul Thomas, que promete vir a ser um dos grandes filmes do ano. Tal como o realizador nos tem habituado. É aguardar para ver. A estreia mundial está marcada para os próximos dias em Veneza, onde será um dos destaques do festival da cidade italiana.
Wes Anderson: um álbum de família
Continuando a prestar homenagem a Wes Anderson, hoje é dia de recordar algumas das minhas personagens favoritas dos filmes do realizador norte-americano. Tal como em todas as listas, esta é subjectiva e para outros fãs do cineasta, as escolhas podiam bem ser outras. De fora desta espécie de álbum de família fica a primeira longa-metragem de Anderson, «Roda Livre», filme que vi há já alguns anos e cujas recordações não me ficaram na memória. Situação a rever num destes dias, para tirar a prova dos nove.
Gostam Todos da Mesma (Rushmore, 1998)
Max Fischer (Jason Schwartzman)
No filme onde Wes Anderson começou a atrair as atenções do grande público, a personagem que mais se destaca é Max Fischer, um jovem estudante do colégio privado Rushmore que se envolve em várias actividades. Este excesso de actividades extra-curriculares acaba por afectar o seu aproveitamento escolar e a ameaça de expulsão paira no ar. Entretanto o facto de se apaixonar pela sua jovem professora não ajuda o jovem Max, que ainda tem de lidar com a traição de Herman Blume (Bill Murray), figura que assume o papel de pai que Max nunca teve e resolve roubar o alvo de paixão do jovem. Tal como acontece com as jovens personagens do mais recente «Moonrise Kingdom», Max é um jovem a tentar adaptar-se às vicissitudes da vida de adulto, com todas as preocupações que daí advém.
Os Tenenbaums - Uma Comédia Genial (The Royal Tenenbaums, 2001)
Royal Tenenbaum (Gene Hackman)
Naquele que é o meu filme preferido na obra de Wes Anderson, a escolha só poderia recair em Royal Tenenbaum, o patriarca da família interpretado por um genial (fazendo eco do título em português, bastante idiota, diga-se de passagem) e em grande forma Gene Hackman. Este foi, aliás, um dos últimos papéis do protagonista de «Os Incorruptíveis Contra a Droga». Que dizer em relação a Royal? O Cinema já teve personagens sacanas ao máximo expoente, (Herman Blume, de «Rushmore», é uma delas), mas poucas alcançaram o estatuto de Royal, o homem que abandonou e destruiu uma família com três filhos prodígio a cargo e resolve regressar a casa passados vários anos para tentar recuperar o tempo perdido. O pretexto utilizado: um suposto cancro terminal, que é diagnosticado precisamente na altura em que a ex-mulher está prestes a voltar a casar. E esta é apenas uma das artimanhas utilizadas pelo velho Royal para reconquistar a família.
Um Peixe Fora de Água (The Life Aquatic with Steve Zissou, 2004)
Steve Zissou (Bill Murray)
Na quarta longa-metragem do currículo, Wes Anderson resolve, literalmente, ir para baixo de água, levando-nos a acompanhar as aventuras de Steve Zissou, personagem inspirada no mergulhador francês Jean Jacques Cousteau. O destaque vai todo para o capitão desta aventura, interpretado por um actor que é presença assídua nas obras do realizador texano desde «Rushmore». Bill Murray é o amargurado Steve Zissou que parte com a sua equipa de exploradores em busca do tubarão responsável pela morte do seu melhor amigo. À volta dele temos gente tão excêntrica que é difícil escolher alguém, mas a forte personalidade deste velho lobo do mar, que não cede perante filhos que desconhecia ter, ex-mulheres que fogem com o grande rival de Zissou ou uma jornalista grávida (já para não falar do fantástico Pelé e a sua viola que faz maravilhas com as músicas de David Bowie cantadas em brasileiro), leva a melhor.
The Darjeeling Limited (The Darjeeling Limited, 2007)
Francis Whitman (Owen Wilson)
A Índia foi o cenário escolhido para «The Darjeeling Limited», uma maravilhosa viagem em família onde três irmãos partem em viagem num comboio de sonho em busca de si próprios. Escolher um dos três não é tarefa fácil, tais são os dilemas que movem cada uma das personagens, mas a escolha recai na personagem de Francis, o responsável por este reencontro. Owen Wilson não é, de todo, um dos meus actores de eleição. É até um daqueles actores cuja presença na ficha técnica é capaz de me afastar de um determinado filme. Tirando, como é óbvio, as suas interpretações nos filmes de Wes Anderson, onde é também um dos membros da ‘família’ e cuja presença vai além das interpretações, pois o mais velho dos irmãos Wilson (o outro é Luke e ainda há um mais velho, Andrew, mas menos conhecido) chegou a escrever argumentos para Anderson. Neste caso o papel do trapalhão Francis, com os seus mil e um incidentes, assenta-lhe como uma luva.
O Fantástico Senhor Raposo (Fantastic Mr. Fox, 2009)
Kylie Sven Opossum (Wallace Wolodarsky)
Para muitos este filme poderá parecer à partida uma carta fora do baralho na obra de Wes Anderson, devido ao facto de o cineasta norte-americano ter enveredado pelo mundo da animação. Mas no cerne, acaba por não ser, pois tudo no universo do realizador está centrado nas questões familiares. Curiosamente, a minha personagem favorita não faz parte da família do Senhor Raposo (um raposo afastado da arte de roubar galinheiros com a voz de George Clooney que se sente tentado a roubar um último golpe). A grande personagem desta galeria (e até podia ser Jarvis Cocker, esse mesmo, o vocalista dos Pulp, que tem um belo cameo) é Kylie, o companheiro do Senhor Raposo cuja especialidade é: nenhuma. E vê-lo com os olhos esgazeados é uma delícia.
Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom, 2012)
Sam Shakusky (Jared Gilman)
Para terminar este álbum de família do Cinema de Wes Anderson, voltamos a uma personagem inadaptada, como é o caso de Max Fischer, o protagonista de «Rushmore». A última longa metragem de Wes Anderson é toda de Sam, o escuteiro rebelde que foge do acampamento para se encontrar com o grande amor da sua vida. Ou pelo menos da infância. Não há obstáculo que não possa ser ultrapassado, nem adulto que o possa travar. Podem até chamar o comandante Pierce para ajudar às buscas, mas isso não é insuficiente para impedir a missão do intrépido Sam e a sua amada Suzy.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
E já que estamos a recordar Wes Anderson
Uma cena de um dos meus filmes favoritos (não necessariamente a preferida, lembrei-me apenas da música).
Moonrise Kingdom, de Wes Anderson (2012)
Que melhor forma de começar oficialmente um novo blogue do que escrever um texto sobre um filme de um dos nossos realizadores favoritos. Tal como eu estou a regressar a estas lides, quem regressou recentemente ao Cinema foi Wes Anderson, aquele que considero ser um dos melhores realizadores norte-americanos da actualidade. Muitos criticam o texano por fazer sempre o mesmo tipo de filmes, devido a características comuns entre eles, nomeadamente a presença de famílias disfuncionais ou os cenários que nos remetem para espaços que tanto podem ser actuais como tirados de épocas anteriores. Mas se há quem considere estes pontos fracos, para mim é aqui que reside a força do universo de Anderson. Quantos realizadores da actualidade se podem gabar de ter um universo próprio, que faz com que nós identifiquemos de imediato de quem é um determinado filme, apenas ao ver o início do filme?
E uma vez mais é isso que podemos esperar de «Moonrise Kingdom», uma história de amor juvenil entre Sam (Jared Gilman), um órfão escuteiro que resolve fugir do acampamento para ir ter com o seu grande amor, Suzy (Kara Hayward), a filha de um casal de advogados à beira de um ataque de nervos (interpretados por Bill Murray e Frances McDormand) que também se sente inadaptada naquele mundo. A fuga de ambos coloca em polvorosa a ilha onde decorre a acção e ninguém fica de fora das operações de busca, com as consequências que isso trará para toda a comunidade.
Apesar de não estar rodeado pelos actores que já fazem parte da 'família'de Anderson, com excepção do já citado Bill Murray ou Jason Schwartzman, é sempre um prazer regressar ao universo deste realizador. No elenco o maior destaque, para além da dupla protagonista, terá de ir para dois estreantes nos filmes de Anderson: Edward Norton, fabuloso no papel do chefe do grupo de escuteiros que vê partir o seu rebelde apaixonado, e Bruce Willis, bem longe dos seus papéis tradicionais de herói de acção. Uma vez mais também a música tem um papel fundamental na obra do cineasta, que substituiu o colaborador habitual Mark Mothersbaugh por Alexandre Desplat, sem contudo se sair mal com a troca. Os créditos finais, onde ouvimos os jovens protagonistas a explicar-nos os segredos da composição que estamos a ouvir, são simplesmente divinais, apesar de a ideia não ser original, como ouvimos logo no arranque do filme.
«Moonrise Kingdom» não é apenas um regresso ao universo de Wes Anderson, é também um regresso à juventude e à pureza dos primeiros amores. Onde fugir para ir ao encontro do alvo da nossa paixão pode ser tão simples como, digamos, bater palmas. E quem não lhe apeteceu voltar à juventude depois de ver «Moonrise Kingdom» precisa urgentemente de recordar o seu primeiro amor e os tempos de juventude, onde as maiores preocupações eram coisas como andar de bicicleta com os amigos ou saber se a rapariga que se sentava à nossa frente na sala de aula queria ou não namorar connosco. Só por isso, vale a pena dizer: bem-vindo de volta, Senhor Anderson.
Classificação: 4/5
E uma vez mais é isso que podemos esperar de «Moonrise Kingdom», uma história de amor juvenil entre Sam (Jared Gilman), um órfão escuteiro que resolve fugir do acampamento para ir ter com o seu grande amor, Suzy (Kara Hayward), a filha de um casal de advogados à beira de um ataque de nervos (interpretados por Bill Murray e Frances McDormand) que também se sente inadaptada naquele mundo. A fuga de ambos coloca em polvorosa a ilha onde decorre a acção e ninguém fica de fora das operações de busca, com as consequências que isso trará para toda a comunidade.
Apesar de não estar rodeado pelos actores que já fazem parte da 'família'de Anderson, com excepção do já citado Bill Murray ou Jason Schwartzman, é sempre um prazer regressar ao universo deste realizador. No elenco o maior destaque, para além da dupla protagonista, terá de ir para dois estreantes nos filmes de Anderson: Edward Norton, fabuloso no papel do chefe do grupo de escuteiros que vê partir o seu rebelde apaixonado, e Bruce Willis, bem longe dos seus papéis tradicionais de herói de acção. Uma vez mais também a música tem um papel fundamental na obra do cineasta, que substituiu o colaborador habitual Mark Mothersbaugh por Alexandre Desplat, sem contudo se sair mal com a troca. Os créditos finais, onde ouvimos os jovens protagonistas a explicar-nos os segredos da composição que estamos a ouvir, são simplesmente divinais, apesar de a ideia não ser original, como ouvimos logo no arranque do filme.
«Moonrise Kingdom» não é apenas um regresso ao universo de Wes Anderson, é também um regresso à juventude e à pureza dos primeiros amores. Onde fugir para ir ao encontro do alvo da nossa paixão pode ser tão simples como, digamos, bater palmas. E quem não lhe apeteceu voltar à juventude depois de ver «Moonrise Kingdom» precisa urgentemente de recordar o seu primeiro amor e os tempos de juventude, onde as maiores preocupações eram coisas como andar de bicicleta com os amigos ou saber se a rapariga que se sentava à nossa frente na sala de aula queria ou não namorar connosco. Só por isso, vale a pena dizer: bem-vindo de volta, Senhor Anderson.
Classificação: 4/5
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Alexandre Desplat,
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Crítica,
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Estreias 2012,
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Jared Gilman,
Jason Schwartzman,
Kara Hayward,
Mark Mothersbaugh,
Wes Anderson
domingo, 26 de agosto de 2012
Um novo começo
Já tive um blogue de Cinema. Fartei-me. Agora tenho outro porque quis começar de novo. Espero que gostem.
Em relação ao nome deste blogue, tal como aconteceu com o anterior, não é nada de muito original. É adaptado do título de um documentário sobre os LCD Soundsystem, chamado «Shut Up and Play the Hits», realizado por Will Lovelace e Dylan Southern. (Já agora, para os interessados, passa no próximo dia 18 de Setembro no Nimas, em Lisboa) Além da inspiração ter sido roubada ao título daquele filme, a ideia é um bocado aquela que todos (ou a maioria, vá) os que vão ao Cinema têm em relação aos espectadores que não se calam durante a projecção: calem-se e vejam o filme. Afinal foi para isso que pagaram o bilhete e não para pôr a conversa em dia.
Outro sentido possível é este: cala-te e vai ver filmes em vez de estares a escrever sobre eles. Até porque não percebes muito do assunto.
Sejam então bem-vindos.
Em relação ao nome deste blogue, tal como aconteceu com o anterior, não é nada de muito original. É adaptado do título de um documentário sobre os LCD Soundsystem, chamado «Shut Up and Play the Hits», realizado por Will Lovelace e Dylan Southern. (Já agora, para os interessados, passa no próximo dia 18 de Setembro no Nimas, em Lisboa) Além da inspiração ter sido roubada ao título daquele filme, a ideia é um bocado aquela que todos (ou a maioria, vá) os que vão ao Cinema têm em relação aos espectadores que não se calam durante a projecção: calem-se e vejam o filme. Afinal foi para isso que pagaram o bilhete e não para pôr a conversa em dia.
Outro sentido possível é este: cala-te e vai ver filmes em vez de estares a escrever sobre eles. Até porque não percebes muito do assunto.
Sejam então bem-vindos.
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