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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A arte dos genéricos #2 Passarinhos e Passarões, de Pier Paolo Pasolini


Continuando a nossa descoberta de genéricos fora do normal, hoje é tempo de irmos até Itália do final dos anos 1960. Desta vez o destaque vai para «Passarinhos e Passarões», a magnifica fábula de Pier Paolo Pasolini protagonizada pelos inocentes Totò (Totò) e Ninetto (Ninetto Davoli), pai e filho que partem pela estrada fora acompanhados por um corvo intelectual de esquerda. Ao contrário dos genéricos tradicionais, neste estranho road movie com tons vincadamente políticos o genérico é cantado.

Este genérico cantado é uma certa variante de outros genéricos de abertura narrados, que tinham surgido anteriormente em filmes de Ingmar Bergman ou em algumas obras do período da Nouvelle Vague. Outra das particularidades deste original arranque do filme é que o cantor, Domenico Modugno, não se limita a musicar os nomes dos protagonistas e técnicos do filme, mas faz também alguns pequenos e deliciosos reparos sobre cada um deles. Por exemplo, no caso de Pier Paolo Pasolini, o cantor recorda que o realizador está a arriscar a sua reputação ao realizar este filme. E por aí fora, com todos os actores principais e os técnicos a terem direito a uma pequeno tempo de antena. O resultado final abre-nos o apetite com um sorriso nos lábios para a genial obra que virá a seguir e pode ser visto no vídeo seguinte:

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A arte dos genéricos #1 As Ligações Perigosas, de Roger Vadim

Nem sempre é comum, mas há genéricos que nos marcam quando vemos um determinado filme. Por vezes o próprio genérico inicial, que apenas pretende servir de apresentação dos actores e técnicos de um filme, acaba por ser mais interessante do que o filme em si. Com esta rubrica pretendo apresentar alguns dos genéricos que se enquadram nesta categoria e começo por «As Ligações Perigosas», a adaptação do livro «Ligações Perigosas», escrito por Pierre Choderlos de Laclos em 1782, assinada por Roger Vadim.

Protagonizado por Jeanne Moreau e Gerard Phillipe, esta adaptação transpõe o conto original para o final dos anos 1950, no que acaba por ser uma variante bem distante de duas adaptações da mesma obra realizadas posteriormente e talvez mais conhecidas actualmente: «Ligações Perigosas», de Stephen Frears, e «Valmont», de Milos Forman.

O que é curioso neste genérico inicial é o recurso a um tabuleiro de xadrez por onde a câmara 'passeia' apresentando os nomes dos actores e da equipa técnica no meio das peças que correspondem ao papel que cada um irá desempenhar. Esta metáfora do xadrez não poderia ser mais adequada para o filme onde os jogos de intrigas começam no primeiro frame e apenas acabam no último. Em pano de fundo ouvimos o jazz de Thelonious Monk.

Como não consegui encontrar on-line um vídeo apenas com este genérico inicial, para o incluir no final do post, deixo-vos o link para o YouTube onde é possível encontrar o filme completo. Desta forma os mais curiosos podem aproveitar para ver o resto do filme.