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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A arte dos genéricos #2 Passarinhos e Passarões, de Pier Paolo Pasolini


Continuando a nossa descoberta de genéricos fora do normal, hoje é tempo de irmos até Itália do final dos anos 1960. Desta vez o destaque vai para «Passarinhos e Passarões», a magnifica fábula de Pier Paolo Pasolini protagonizada pelos inocentes Totò (Totò) e Ninetto (Ninetto Davoli), pai e filho que partem pela estrada fora acompanhados por um corvo intelectual de esquerda. Ao contrário dos genéricos tradicionais, neste estranho road movie com tons vincadamente políticos o genérico é cantado.

Este genérico cantado é uma certa variante de outros genéricos de abertura narrados, que tinham surgido anteriormente em filmes de Ingmar Bergman ou em algumas obras do período da Nouvelle Vague. Outra das particularidades deste original arranque do filme é que o cantor, Domenico Modugno, não se limita a musicar os nomes dos protagonistas e técnicos do filme, mas faz também alguns pequenos e deliciosos reparos sobre cada um deles. Por exemplo, no caso de Pier Paolo Pasolini, o cantor recorda que o realizador está a arriscar a sua reputação ao realizar este filme. E por aí fora, com todos os actores principais e os técnicos a terem direito a uma pequeno tempo de antena. O resultado final abre-nos o apetite com um sorriso nos lábios para a genial obra que virá a seguir e pode ser visto no vídeo seguinte:

domingo, 4 de novembro de 2012

Descubra as diferenças #3 (com spoilers)

Tempos Modernos, de Charles Chaplin (1936)


 Passarinhos e Passarões, de Pier Paolo Pasolini (1966)

(post com spoilers)
Aparentemente estes dois filmes não têm nada a ver um com o outro. Ambos são clássicos incontestáveis, realizados por cineastas com linguagens próprias no universo da Sétima Arte, mas acabam por partilhar uma cena praticamente igual. No final de «Tempos Modernos», o vagabundo Charlot caminha rumo ao horizonte com a sua amada, em busca de um melhor futuro. O mesmo objectivo é o que procuram as duas personagens principais de «Passarinhos e Passarões», que partem estrada fora no final do filme de Pasolini, depois de inúmeras aventuras passadas ao lado de um corvo intelectual de esquerda. É curioso como estes dois filmes, tão diferentes entre si como a noite do dia (apesar do forte teor político, mais presente no filme de Pasolini do que na obra de Chaplin, que acaba por uni-los), conseguem convergir num mesmo final.