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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Anna Karenina, de Joe Wright (2012)

Não é a primeira vez (nem será a última) que um grande clássico da literatura, como é o caso de «Anna Karenina», é adaptado ao grande ecrã. A mais recente adaptação da trágica história da heroína de Leon Tolstoi a chegar às salas foi realizada por Joe Wright e conta com a participação de Keira Knightley no papel de Anna Karenina. Tal como costuma acontecer neste tipo de filmes, que pretendem retratar uma época e o modo como se vivia na altura, tudo é em grande: cenários sumptuosos, um belo guarda-roupa e interpretações bem conseguidas. Em todos estes capítulos a «Anna Karenina» de Joe Wright consegue marcar pontos.

O pior vem depois, na forma como as peças se começam a ligar e o método encontrado para o fazer. Se de início até parece que a abordagem de Joe Wright é engraçada, colocando todas as personagens no meio do palco de um teatro (e que melhor metáfora poderia existir para retratar uma sociedade que vive para as aparências - como refere uma das personagens ao justificar o facto de não falar a Anna, o problema não foi ela violar uma lei, mas as regras) e movendo a câmara pelos vários cenários, que mudam consoante o local onde as personagens se encontram, sempre como se estivéssemos nesse mesmo teatro a assistir a uma peça, passado pouco tempo soltamos o primeiro bocejo. E começamos a reparar que ainda faltam quase duas horas (e muitos mais bocejos) até o filme terminar.

Esta abordagem à obra de Tolstoi acaba por tornar a adaptação de Joe Wright em algo como uma mistura entre o «Moulin Rouge» de Baz Luhrmann, sem as músicas pop, mas com os mesmos cenários sumptuosos e coreografias (no caso de «Anna Karenina», completamente forçadas), e o «Enter The Void» de Gaspar Noé, sem a câmara a mil à hora, mas com os movimentos de câmara típicos do realizador francês. Tudo muito bem para quem gostar de ver 'coisas novas' nos grandes clássicos. E há-de haver quem goste. Por estes lados, perdoem-me os fãs do filme e do realizador (de quem já não tinha achado grande piada ao anterior «Hanna»), mas há coisas em que ser conservador compensa mais do que arriscar por algo mais arrojado. Sobretudo quando não se consegue atingir o objectivo. O risco do falhanço era enorme e Joe Wright não conseguiu escapar dele.

Classificação: 2/5