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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Descubra as diferenças #1

 O Beijo Fatal, de Robert Aldrich (1955)

Pulp Fiction, de Quentin Tarantino (1994)

Com esta rubrica, que irá surgir regularmente consoante as minhas descobertas cinéfilas, pretendo apresentar algumas cenas semelhantes que aparecem em diferentes filmes. Para começar nada como escolher uma cena de um filme de Quentin Tarantino, realizador que actualmente é capaz de ser o melhor na arte de 'pilhar' cenas dos seus filmes favoritos para as integrar nas suas obras. Neste caso a cena pertence a «Pulp Fiction» e envolve uma estranha mala que Jules (Samuel L. Jackson) e Vincent (John Travolta) vão buscar a casa de um grupo de jovens que enganaram o seu patrão, Marsellus Wallace (Ving Rhames). O conteúdo da mala, que irradia uma estranha luz, nunca é desvendado e ainda hoje os fãs do filme debatem o que estaria dentro da mala.

A inspiração de Quentin Tarantino veio de um excelente film noir dos anos 1950 realizado por Robert Aldrich chamado «Kiss Me Deadly» («O Beijo Fatal», no título em português) que é considerado um dos melhores filmes do cineasta e uma das melhores obras dentro deste género. Neste filme também uma estranha mala com algo luminoso dentro tem um papel importante e é o motivo que leva as personagens a tomarem determinadas acções. Também aqui não se sabe ao certo o que está dentro da mala e quem a abre tem uma surpresa desagradável. 

Se para muitos a obra de Quentin Tarantino é mais do que conhecida e já terá sido analisada e vista ao pormenor mais do que uma vez, o filme de Robert Aldrich merece também um visionamento atento. E caso ainda seja um filme desconhecido, fica aqui a recomendação, que decerto irá agradar os fãs do film noir.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pulp Fiction, de Quentin Tarantino (1994)

Corria o ano de 1992 quando um jovem realizador, de seu nome Quentin Tarantino, realizou a sua primeira longa-metragem oficial, filme que cedo se tornou de culto. Dois anos depois desta auspiciosa estreia (o cineasta tem duas experiências anteriores no currículo, mas pouco conhecidas ou relegadas ao esquecimento) com «Cães Danados», Tarantino voltou à carga com um filme que se tornaria ainda mais importante na sua carreira e um dos principais clássicos do cinema da década de 1990, conquistando nesse ano a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Quase que corria o risco de espicaçar os fãs do realizador e afirmar que depois de «Pulp Fiction» Quentin Tarantino nunca mais conseguiu alcançar tamanha genialidade. O que não significa que o homem que saltou do videoclube para a cadeira de realizador, segundo reza a lenda, não seja um dos mais originais realizadores norte-americanos da actualidade, capaz de explorar e homenagear géneros ditos menores como ninguém. E com resultados bastante recomendáveis.

No caso de «Pulp Fiction», como o próprio nome indica, a homenagem é feita aos livros deste género, que normalmente relatam histórias de crime protagonizadas por personagens que vivem à margem da sociedade. E praticamente todas as personagens deste filme se tornaram míticas, desde a dupla Jules (Samuel L. Jackson) e Vincent (John Travolta) ao par de ladrões Pumpkin (Tim Roth) e Honey Bunny (Amanda Plummer), passando por Zed (Peter Greene) ou o gangster Marsellus Wallace (Ving Rhames). A juntar a estas personagens que alcançaram o estatuto de ícone, «Pulp Fiction» inclui ainda diálogos memoráveis que são praticamente conhecidos de fio a pavio por todos os fãs do filme.

«Pulp Fiction» quase que pode ser visto como um upgrade a «Cães Danados», pois todos os elementos que já eram explorados na primeira longa-metragem de Tarantino (a banda sonora com músicas que ficam no ouvido, apesar de não serem grandes clássicos, personagens marcantes, excelentes diálogos, uma história contada através de várias perspectivas, etc.) são aqui levados mais a fundo. Nota-se que o realizador já conta com mais meios, tem um elenco de actores com algumas estrelas, algumas que na altura estavam um pouco esquecidas, como é o caso de Travolta, que viu a sua carreira relançada com este filme, e estrelas em ascensão, como aconteceu com Uma Thurman, que posteriormente se tornou uma das musas de Tarantino em «Kill Bill». E a forma de filmar, com vários longos travellings que nos levam literalmente a percorrer os cenários de uma LA marginal atrás destas personagens fora da lei, já começa a ser aquela que iria ser umas das imagens de marca do cineasta.

Actualmente, quase 20 anos após a sua estreia, «Pulp Fiction» continua a ser um filme de culto e uma das obras mais importantes do cinema norte-americano da década de 1990, com a particularidade de ser também um daqueles filmes que não perdeu o brilho. Apesar de alguns aspectos nos remeterem para aquela época, a segunda longa-metragem de Quentin Tarantino envelheceu bem e continua a fascinar os fãs do realizador a cada novo visionamento.

Classificação: 5/5