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domingo, 27 de abril de 2014

IndieLisboa 2014, dia 26 de Abril: Do Japão com (muito) amor

O segundo dia de IndieLisboa foi dia de fazer escala em França e depois no Japão, uma vez mais com filmes completamente diferentes: um drama familiar e uma delirante comédia realizada por um não menos excêntrico realizador, Hitoshi Matsumoto, que em 2009 já tinha apresentado Symbol no festival lisboeta.

Realizado por Katell Quillévéré, Suzanne é um daqueles filmes que vale sobretudo pelas interpretações e para esta segunda longa-metragem a cineasta francesa teve a sorte de conseguir reunir um bom elenco para dar vida às personagens principais do filme. Todos os actores chegaram a ser nomeados na última edição dos prémios César, que premeiam os melhores filmes em França, tendo Adèle Haenel conquistado a estatueta de Melhor Actriz Secundária.

Partindo da história da protagonista que dá título ao filme, Suzanne é a história de uma jovem rebelde e da sua relação com a família desde a infância até cerca dos 25 anos. Não sendo um título de encher o olho, Suzanne é um filme sólido tendo em conta que estamos perante uma segunda obra, que só peca por ser pouco audaz. Se a cineasta arriscasse um pouco mais, talvez estivéssemos aqui perante uma boa surpresa. Ao invés Katell Quillévéré opta por jogar pelo seguro, tendo por base um argumento bastante simples, por vezes semelhante a muitos dos dramas familiares que temos visto oriundos do cinema francês. A única e grande diferença é que neste caso, o único risco que Katell Quillévéré corre é utilizar uma estrutura narrativa assente em inúmeras elipses, que funciona bem e não sentimos falta dos buracos deixados pelos saltos na narrativa.

E não há como não destacar a enorme presença de Sara Forestier que dá corpo e alma a uma personagem em constante luta consigo própria e com os que estão à sua volta. A jovem actriz, descoberta por Abdellatif Kechiche em A Cativa, mostra aqui que é uma boa actriz, mesmo que os seus trabalhos por cá sejam pouco conhecidos.

Num registo completamente diferente surge-nos R100, apesar de aqui também haver um drama familiar em pano de fundo. Mas é esse o único ponto de contacto entre o mais recente filme do japonês Hitoshi Matsumoto e o título de Katell Quillévéré. Contar em pormenor o drama familiar do protagonista de R100 é estragar a surpresa do visionamento deste delirante filme, tão delirante quanto Symbol, que já tinha passado pelo IndieLisboa há uns anos atrás. O melhor é ficarmos pela premissa: triste com a sua vida bastante cinzenta (e o cinzento é uma boa cor para descrever a fotografia do filme) o vendedor de mobiliário Takafumi inscreve-se num clube de sadomasoquismo e compromete-se a durante um ano submeter-se ao domínio de um conjunto de dominatrix que o vão fazer sofrer em ataques aleatórios ao longo do período do contrato, que não pode ser cancelado.

A partir daqui estamos por nossa conta e risco. Assim como já estávamos em Symbol, um daqueles objectos cinematográficos que nos deixam completamente fora de pé, tal é a quantidade de delírio que vai surgindo no ecrã e que no final, se conseguirmos sobreviver, acaba por fazer (algum) sentido. E o risco vale bastante a pena, tendo em conta que este é uma daquelas comédias descabeladas para rir do início ao fim. Hitoshi Matsumoto joga com todos os elementos da comédia e dos filmes série B (a sequência final de R100 de certeza que faz inveja a qualquer Grindhouse realizado a meias por Quentin Tarantino ou Robert Rodriguez), subverte-os e no final ainda temos direito a uma espécie de moral da história completamente delirante. O próprio título do filme faz parte do jogo, basta estar atento ao que se passa e tentar perceber este excêntrico labirinto criado por Hitoshi Matsumoto. Ou então não, podemos sempre deixar-nos levar pela loucura do filme e apenas passarmos um bom bocado, tendo em conta que vale tudo. Mesmo tudo para levar R100 a bom porto.

Suzanne repete no dia 28 de Abril às 16h30 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno.

R100 repete no dia 30 de Abril às 23h50 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno. 

sábado, 26 de abril de 2014

IndieLisboa 2014, Dia 25 de Abril: Regresso ao passado

O título deste post poderá ser antagónico, mas por estes lados não se pretende um regresso ao passado pré-25 de Abril de 1974, antes um regresso precisamente aos dias em que a população portuguesa saiu às ruas e deu asas à sua alegria e sonhos reprimidos durante uma longa ditadura. Desabafos à parte, vamos ao que interessa: o início da cobertura do Indie. Ontem foi dia de viajar no tempo através de duas obras completamente diferentes, tanto no género, como na origem: um documentário histórico, realizado por um cineasta de Leste, e um clássico norte-americano assinado por um dos maiores realizadores de sempre.

No papel Al Doilea Joc, do romeno Cornelius Porumboiu, tinha tudo para ser interessante. Mas falha redondamente, tal como os avançados do Steaua e do Dínamo de Bucareste que se defrontam ao longo do jogo de futebol que é mostrado no filme. A partida, realizada a 3 de Dezembro de 1988, foi arbitrada por Adrian Porumboiu, pai do realizador, que dias antes tinha sido ameaçado de morte através de um telefonema anónimo atendido precisamente por Cornelius, na altura uma criança. Vivia-se ainda sob a ditadura de Ceausescu, que acabaria no ano seguinte, e o medo pairava sobre a sociedade romena.

O telefonema e o jogo de futebol, que acabou por acontecer com o árbitro previsto, foram os pretextos para Cornelius Porumboiu realizar Al Doilea Joc. Ao longo de 94 minutos pelo ecrã passa o jogo de futebol entre as duas equipas, bastante ligadas ao regime (uma representava o Exército e a outra a Polícia), enquanto pai e filho vão comentando o que se passa dentro de campo e algumas questões fora das quatro linhas. À partida o documentário podia ser um interessante regresso ao passado, não só para ambos os protagonistas recordarem o que viveram naqueles dias, mesmo sendo bastante imprevisível o que poderia ser dito (e partimos do princípio que a conversa foi feita sem cortes ao longo da partida, como se os dois estivessem a comentar o jogo ao nosso lado), mas também para nós, enquanto espectadores e de certa forma voyeurs, podermos escutar aquela conversa.

Mas, tal como o jogo, bastante chato (estamos nos antípodas do futebol espectáculo dos dias de hoje) e rijo, a conversa é bastante monótona. Cornelius bem tenta tirar nabos da púcara do pai, mas este esquiva-se sempre às questões e por vezes nem sequer responde, ficando apenas as imagens do jogo em silêncio. Por vezes é o próprio Adrian a perguntar ao filho a quem é que interessará uma partida de futebol como outra qualquer, ocorrida há mais de duas décadas. E o diálogo travado em Al Doilea Joc tem o mesmo destino. Podia ser o ponto de partida para o debate de inúmeras questões, desde o que mudou na situação do país desde aquela altura até às diferenças entre o futebol que se praticava nos anos 1980 e o panorama actual, mas é tudo muito escasso. Há aspectos curiosos focados na conversa dos dois intervenientes, mas tudo muito pela rama. 

Termina assim o desafio, com ambas as equipas a saírem de campo, os resultados da jornada a passarem no ecrã da transmissão. E uma tremenda desilusão face ao resultado final, dentro e fora das quatro linhas. Apenas poderá ter algum interesse para os saudosistas do futebol que se praticava na altura, que podem comparar o futebol que se jogava na altura e o que se pratica nos dias de hoje (há regras que já não existem por exemplo), e para quem tem curiosidade em rever um dérby do futebol romeno onde pontuavam estrelas como o mítico Gheorghe Hagi (conhecido em tempos como o Maradona dos Cárpatos) ou Florin Raducioiu, nomes que mais tarde singraram em grandes emblemas do futebol europeu.


O melhor deste primeiro dia de IndieLisboa acabou por ser a segunda parte, com um dos pratos fortes da secção Director's Cut deste ano: Chamada Para a Morte, de Alfred Hitchcock, na versão 3D, como filmada pelo mestre do suspense na década de 1950. E o que mais espanta nesta versão do clássico é que há 60 anos atrás foi possível utilizar, de forma magistral, o 3D. O filme, visto como uma experiência da Warners para tentar lançar esta nova tecnologia, não cativou os estúdios na altura e o 3D voltou para a gaveta praticamente até James Cameron o resgatar em todo o seu esplendor, já no século XXI, com Avatar, relançando a tecnologia, para o bem e para o mal. 

Mas esta versão de Chamada Para a Morte é tudo menos uma experiência falhada e talvez seja uma das melhores utilizações do 3D da História do Cinema, mesmo comparando com algumas produções actuais, que utilizam esta tecnologia apenas para aproveitar uma nova moda. Na altura o clássico de Hitchcock talvez tivesse sido filmado em 3D precisamente nesta lógica, de criar um novo incentivo para levar as pessoas para as salas de Cinema. Mas nota-se que neste caso o 3D é utilizado não apenas como um simples efeito especial (que não deixa de o ser), mas quase como que um elemento do próprio filme. E tudo é construído tendo em conta este elemento, que dá uma profundidade estrondosa aos cenários e nos envia para dentro da tela como poucos. 

É fabulosa a forma como os objectos surgem no ecrã e nos dão essa noção de profundidade ou como em algumas cenas as mãos dos actores quase nos tocam na cara. Curiosamente este efeito acontece poucas vezes o que poderá indicar que Hitchcock já teria uma noção de que seria demasiado invasivo para o espectador se estivesse sempre a abusar do 3D, como que a dizer 'olhem, isto é em 3D'!. Ou seja, mesmo sendo uma primeira utilização da tecnologia num grande filme de estúdio, já havia essa noção de que o muito nem sempre é o ideal. Percebe-se que é uma experiência, mas sabe-se o que se está a fazer. Não se está a fazer só porque sim.

Se a versão original de Chamada Para a Morte já era bastante recomendável (estamos em puro terreno hitchcockiano, onde o humor negro impera na história de um homem que tem o plano perfeito para matar a sua esposa, mas o plano acaba por correr mal), esta versão em 3D é mais do que recomendável. Diria quase obrigatória. Em suma: goleada do mestre Alfred Hitchcock, que nos deixou com uma enorme vontade de ver de seguida a versão 2D do filme

Al Doilea Joc repete no dia 1 de Maio às 00:00 e 2 de Maio às 23h55, sempre na Sala 3 do Cinema City Campo Pequeno.

Chamada Para a Morte repete no dia 29 de Abril às 16h30 e no dia 2 de Maio às 23h50, sempre na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sugestões para o IndieLisboa 2014

Está prestes a arrancar a 11ª edição do Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, também conhecido por IndieLisboa. Como acontece desde a primeira edição irei acompanhar o festival lisboeta, este ano com a complicada tarefa de escolher um dos prémios. Pela primeira vez na história do festival a organização do festival convidou um grupo de bloggers para escolher um dos prémios, o prémio de Distribuição, e tive o prazer de ser um dos três membros deste novo júri, a par do Luís Mendonça (autor do blogue CINEdrio e membro fundador do site À Pala de Walsh) e do Francisco Valente (autor do blogue A noite pelo dia). Aproveito este post de início da cobertura do festival para agradecer o convite, que muito me honra e tenho a certeza que será uma excelente experiência para todos.

Nesta edição pretendo, tal como aconteceu no passado, voltar a fazer uma cobertura do IndieLisboa através do blogue. Não posso prometer que seja tão exaustiva como na edição de 2013, pois obrigações profissionais vão ocupar-me durante grande parte do tempo. Mas cá estarei para ir publicando algumas críticas aos filmes visionados. Para o início das hostilidades, aí fica uma lista de sugestões, com um filme por dia. Não significa que sejam necessariamente os melhores filmes do festival, antes sugestões pessoais. Sem mais demoras, aí vão as minhas apostas para o IndieLisboa 2014, que arranca na próxima quinta-feira, dia 24 de Abril e termina a 4 de Maio.

Blind Detective, de Johnnie To (dia 24 de Abril às 21h30 no Grande Auditório da Culturgest)

Na edição de 2013 do IndieLisboa comecei por sugerir um filme realizador por uma dupla cuja obra tive o prazer de conhecer no festival lisboeta (Gustave de Kervern e Benoît Delépine, que apresentaram o simpático, mas mediano, Le Grand Soir). Desta vez volto a cometer a mesma ousadia. Para a primeira sessão de 2014 nada como rever um velho conhecido: Johnnie To, um dos realizadores mais populares de Hong Kong e presença assídua nas primeiras edições do festival, que chegou a dar-lhe honras de Herói Independente em 2008, regressa a Lisboa para apresentar o seu novo filme: Blind Detective. Um pontapé de saída bastante aguardado. Blind Detective repete em duas sessões no dia 4 de Maio, ambas no Cinema City Campo Pequeno, às 14h30 e 19h15.

Mudar de Vida, José Mario Branco, vida e obra, de Pedro Fidalgo e Nelson Guerreiro (dia 25 de Abril às 21h45 na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge)

No ano em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril de 1974, o IndieLisboa apresenta algumas propostas para celebrar a data. Para o dia 25 há uma sessão que dirá muito aos que escolheram a música de intervenção como banda sonora da Revolução dos Cravos e os dias conturbados que se seguiram à queda do Estado Novo, dedicada a um dos nomes maiores da música popular portuguesa daquela altura e não só: José Mário Branco. Uma homenagem justa ao cantautor que gritou a plenos pulmões contra o FMI. Mudar de Vida, José Mario Branco, vida e obra repete no dia 27 de Abril às 16h15 na Sala 3 do Cinema São Jorge.

Nugu-ui ttal-do anin Haewon (Nobody's Daughter), de Hong Sang-Soo (dia 26 de Abril às 19h00 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno)

Tardou a chegar aos ecrãs portugueses, mas aos poucos a obra de Hong Sang-Soo começa a aparecer por cá. Um dos nomes mais interessantes do cinema feito na Coreia do Sul vai estar presente no IndieLisboa, com o seu mais recente filme. Uma bela oportunidade entrar ou aprofundar o universo deste cineasta, autor de um dos melhores filmes estreados em salas nacionais no ano passado (Noutro País). Nugu-ui ttal-do anin Haewon (Nobody's Daughter) repete a 2 de Maio às 16h30 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno e na mesma sala às 19h00 do dia 4 de Maio.

Centro Histórico, de Aki Kaurismäki, Pedro Costa, Víctor Erice e Manoel de Oliveira (dia 27 de Abril às 18h00 na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge)

Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura já lá vai, mas os frutos do evento ainda andam por aí. Partindo da lógica dos filmes por episódios, quatro dos maiores cineastas em actividade filmaram quatro pequenos filmes para o evento que tornou a cidade nortenha o centro da cultura europeia há dois anos. Bastava a preciosa pérola de Victor Erice (Vidros Partidos, que foi exibida na Cinemateca Portuguesa aquando da passagem do cineasta espanhol por Lisboa há alguns meses) para recomendar esta sessão. Mas os outros realizadores presentes na lista são mais do que grandes atractivos para estar sugerir uma visita ao Centro Histórico, um dos filmes que não volta a repetir no festival. 

Death Row II, de Werner Herzog (dia 28 de Abril às 17h00 na Sala 3 do Cinema City Campo Pequeno)

Pelo terceiro ano consecutivo o IndieLisboa volta a apresentar novos episódios de Death Row, um projecto televisivo de Werner Herzog (outro Herói Independente de regresso a Lisboa) sobre a pena de morte nos EUA. Uma vez mais o cineasta alemão apresenta quatro casos de condenados à pena capital em território norte-americano, através do seu estilo característico, sem nunca cair num lado mais sensacionalista de um tema sensível. Death Row II repete a 24 de Abril às 21h45, 26 de Abril às 22h00 e a 3 de Maio às 21h45, sempre na Sala 3 do Cinema City Campo Pequeno.

Dial M for Murder, de Alfred Hitchcock (dia 29 de Abril às 16h30 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno)

Muito antes do 3D estar na moda, já Hollywood tinha feito algumas experiências com esta tecnologia. Há precisamente 60 anos Alfred Hitchcock filmou em 3D Dial M for Murder, filme que é um dos pratos fortes da secção Director's Cut do IndieLisboa 2014. Para quem não conhece o clássico de Hitchcock, mesmo na sua versão tradicional, a projecção é obrigatória. Quanto mais não seja pela curiosidade de ver como se safou o mestre do suspense com esta experiência com uma tecnologia que durou anos até chegar ao mainstream. Dial M for Murder repete a 25 de Abril às 21h30 e a 2 de Maio às 23h50, sempre na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno.

O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João, de Joaquim Pinto, Nuno Leonel (dia 30 de Abril às 21h30 no Grande Auditório da Culturgest)

E Agora, Lembra-me?, de Joaquim Pinto, foi um dos melhores filmes portugueses de 2013, fazendo furor em vários festivais por onde passou. Nele víamos algumas imagens das gravações de um filme com Luís Miguel Cintra. Esse mesmo filme vai ser apresentado nesta edição do IndieLisboa e é um dos títulos portugueses mais aguardados do festival. O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João repete a 3 de Maio às 14h30 no Pequeno Auditório da Culturgest.

Gare du Nord, de Claire Simon (dia 1 de Maio às 15h00 na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge)

Apesar de ser autora de uma curta obra, com trabalho provado sobretudo na área do documentário, Claire Simon foi a escolhida para o regresso da secção Herói Independente do IndieLisboa. Uma das propostas que traz ao festival lisboeta é Gare du Nord, ficção que pode ser vista como o outro lado da moeda do seu mais recente documentário Geographie Humaine. Ambos fazem parte da retrospectiva de seis filmes da realizadora que passam no festival, sendo Gare du Nord o filme escolhido para a abertura oficial, no dia 24 de Abril às 19h00 na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.

Al Doilea Joc, de Corneliu Porumboiu (dia 2 de Maio às 23h55 na Sala 3 do Cinema City Campo Pequeno)

O cinema romeno volta a marcar presença no IndieLisboa. Depois de ter sido homenageado há alguns anos, o cinema romeno continua a dar cartas e a fazer questão de estar presente em Lisboa. Desta vez o enviado da Roménia é Corneliu Porumboiu (cujo filme de estreia 12:08 a Este de Bucareste chegou a ter direito a estreia comercial por cá), que apresenta Al Doilea Joc, um documentário que parte de uma partida de futebol arbitrada pelo pai do cineasta que teve lugar no final dos anos 1980, antes da queda de Nicolau Ceausescu, para fazer uma reflexão sobre como poderia ter sido aquele jogo noutras circunstâncias. Promete ser mais um regresso às memórias de um país onde nos últimos anos surgiu uma das mais interessantes cinematografias do continente europeu. Al Doilea Joc repete no dia 25 de Abril às 19h15 e no dia 1 de Maio às 00:00, sempre na Sala 3 do Cinema City Campo Pequeno.

Joe, de David Gordon Green (dia 3 de Maio às 21h45 na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge)

David Gordon Green é um dos nomes mais sonantes do cinema independente norte-americano, que ganhou fama logo na sua longa-metragem de estreia: George Washington. Poucos dias após chegar às salas portuguesas Prince Avalanche, o IndieLisboa apresenta Joe, uma outra produção de 2013 do mesmo realizador que conta com Nicolas Cage (esse mesmo, num papel ligeiramente diferente do que tem sido habitual nos últimos anos) e Tye Sheridan (um dos miúdos em destaque em Fuga, de Mike Nicholls) nos papéis principais. Joe tem exibição única no IndieLisboa 2014.

3X3D, de Edgar Pêra, Peter Greenaway e Jean-Luc Godard (dia 4 de Maio às 21h30 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno)

Para terminar esta lista de sugestões, mais uma proposta em 3D e que também teve origem Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. Desta feita o resultado foi 3X3D um filme colectivo assinado a seis mãos por Edgar Pêra, Peter Greenaway e Jean-Luc Godard. Para quem anseia pelo novo filme de Godard este poderá ser um aperitivo para o novo filme do realizador francês que tem estreia mundial marcada para a próxima edição do Festival de Cannes e também é uma produção em 3D. 3X3D repete nos dias 26 e 30 de Abril, sempre às 21h30 na Sala 1 do Cinema City Campo Pequeno.

Mais informações sobre o IndieLisboa 2014 no site oficial do festival.

terça-feira, 30 de abril de 2013

IndieLisboa 2013: O Bom, o Mau e o Vilão

Para terminar o acompanhamento de mais um IndieLisboa, desta vez com cobertura alargada aqui no blogue, fica um post com o melhor, o pior e o péssimo da última edição do festival. Não podia deixar de agradecer à organização pela atribuição de uma acreditação ao blogue, o que me permitiu assistir a um maior número de sessões e assim fazer uma cobertura diária do IndieLisboa com posts sobre os filmes visionados ao longo do festival.

O Bom: Ao contrário do que aconteceu noutras edições do IndieLisboa, este ano não houve nenhum filme que tenha considerado excepcional. Mesmo assim encontrei alguns filmes que gostei bastante e foram poucas as desilusões. Do conjunto de filmes visionados durante os últimos dias destaco cinco (que serviram de base a um top publicado num post de balanço do IndieLisboa do CINEdrio, do Luís Mendonça, um dos bloggers que acompanhou de perto o festival e pediu a vários bloggers uma lista com as suas escolhas para fazer um top 5 da blogosfera cinéfila): «Museum Hours», de Jem Cohen, «The Act of Killing», de Joshua Oppenheimer, «Leviathan», de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, «Gimme the Loot», de Adam Leon e «Starlet» de Sean Baker. E uma menção honrosa: a curta-metragem «O Facínora», de Paulo Abreu.


O Mau: Seguindo a mesma lógica, há que dar espaço ao que de pior vi pelo IndieLisboa este ano. Tirando algumas desilusões, como o regresso fraco da dupla Gustave de Kervern e Benoît Delépine («Le Grand Soir») ou o sobrevalorizado «A Batalha de Tabatô», de João Viana, o lote de filmes que vamos colocar na lista de 'filmes que mais valia termos trocado por outra sessão à mesma hora' é o seguinte: «The First Winter», de Ryan McKenna, «Animal Love», de Ulrich Seidl, «Doméstica», de Gabriel Mascaro, «Ape», de  Joel Potrykus, e «Not In Tel Aviv», de Nony Geffen.

O Vilão: Quem está habituado a ir ao cinema habituou-se (infelizmente) a ter de aturar comportamentos que roçam a má educação. Também no IndieLisboa há público que não sabe estar numa sala de espectáculos. Apesar de em anos anteriores ter sido pior, este ano continuamos a encontrar pessoas que comentam os filmes entre si como se estivessem em casa a ver a novela, sem se preocuparem com o facto de que algumas das pessoas presentes na sala estão ali para ver um filme. Este ano ainda assisti a uma situação quase surreal de troca de cadeiras por parte de tantos espectadores numa das sessões que me questionei se não teriam organizado um jogo das cadeiras e me esqueceram de avisar. Faz lembrar os festivais de verão onde a maior parte do público está lá 'para o convívio' e nem sequer se importa em saber quem é o artista que está no palco, desrespeitando não só o próprio artista, mas sobretudo quem veio assistir ao espectáculo. Em suma: o público dá prémios, mas não merece prémio. Haja paciência.

sábado, 27 de abril de 2013

IndieLisboa 2013: os vencedores


Foram hoje anunciados os vencedores da edição de 2013 do IndieLisboa. Sem grandes surpresas os filmes «Lacrau», de João Vladimiro, e «Leviathan», de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, conquistaram os principais prémios do festival: Melhor Longa Metragem Portuguesa e Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa, respectivamente. «Lacrau» venceu ainda o Prémio Árvore da Vida para Filme Português. O prémio do público para melhor longa metragem foi atribuído a «Amsterdam Stories USA», de Rob Rombout e Rogier Van Eck. No campo das curta-metragens os principais vencedores foram «Da Vinci», de Yuri Ancarani (Grande Prémio de Curta Metragem), «Gingers», de António da Silva (Melhor Curta Metragem Portuguesa) e «Le Libraire de Belfast», de Alessandra Celesia (Prémio do Público).

A lista completa dos vencedores é a seguinte:

Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa
Leviathan, de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel (Reino Unido, E.U.A., França)

Prémio de Distribuição TVCine
Eles Voltam, de Marcelo Lordello (Brasil)

Prémio Digimaster para Melhor Longa Metragem Portuguesa
Lacrau, de João Vladimiro (Portugal)

Grande Prémio de Curta Metragem
Da Vinci, de Yuri Ancarani (Itália)
Menções Honrosas
Animação: Comme des Lapins (Chroniques da la Poisse, chap. 2), de Osman Cerfon (França)
Documentário: Resistente, de Renate Costa Perdomo e Salla Sorri (Dinamarca, Finlândia, Paraguai)
Ficção: Noelia, de María Alché (Argentina), e El Ruido de las Estrellas me Aturde, de Eduardo Williams (Argentina)

Prémio Pixel Bunker para Melhor Curta Metragem Portuguesa
Gingers, de António da Silva (Reino Unido, Portugal)
Menção Honrosa
Má Raça, de André Santos e Marco Leão (Portugal)

Prémio Novo Talento FNAC
Má Raça, de André Santos e Marco Leão (Portugal)

Prémio Novíssimos
Outro Homem Qualquer, de Luís Soares (Portugal)

Prémio Culturgest Pulsar do Mundo
La Chica del Sur, de José Luis García (Argentina)
Menção Honrosa
Donauspital - SMZ Ost, de Nikolaus Geyrhalter (Áustria)

Prémio Amnistia Internacional
The Act of Killing, deJoshua Oppenheimer (Dinamarca)
Menção Honrosa
The Devil, de Jean-Gabriel Périot (França)

Prémio Árvore da Vida para Filme Português
Lacrau, de João Vladimiro (Portugal)
Menção Honrosa
Rhoma Acans, de Leonor Teles (Portugal)

Prémio TAP para Longa Metragem Portuguesa de Ficção
É o Amor, de João Canijo (Portugal)

Prémio TAP para Documentário Português
Torres & Cometas, de Gonçalo Tocha (Portugal)

Prémio do Público
Longa Metragem
Amsterdam Stories USA, de Rob Rombout e Rogier Van Eck (Bélgica)
Curta Metragem
Le Libraire de Belfast, de Alessandra Celesia (Reino Unido, França, Irlanda)
IndieJúnior
De Club van Lelijke Kinderen/O Clube das Crianças Feias, de Jonathan Elbers (Holanda)

sábado, 20 de abril de 2013

IndieLisboa 2013, Dia 2: Herzog de regresso ao corredor da morte e uma estranha forma de amar


Ao segundo dia de IndieLisboa 2013 decidimos apostar no documentário com dois nomes fortes do cartaz do festival: Werner Herzog, que regressa ao corredor da morte norte-americano para contar a história de quatro condenados à morte nos EUA, e Ulrich Seidl, um dos cineastas em foco na presente edição do Indie. E apesar de partilharem o género documental, as semelhanças entre os dois filmes visionados («Death Row» e «Animal Love») terminam aqui, pois ambos não podiam ser mais diferentes no tema e na forma como abordam a realidade que nos querem mostrar. Enquanto o cineasta alemão opta por um método mais participativo, de questionar directamente os envolvidos na história que pretende contar, sejam os condenados, os familiares ou as pessoas ligadas à investigação e julgamento dos indivíduos retratados, Seidl prefere não intervir, deixando a câmara à solta para filmar os protagonistas, pessoas para quem os animais de estimação são a sua grande paixão, por vezes muito além da simples companhia.

Comecemos por «Death Row», onde o território percorrido por Herzog é o mesmo por onde o realizador andou em «Into The Abyss», documentário que passou na última edição do IndieLisboa sobre um condenado à morte no estado do Texas. Nesse filme o realizador germânico entrevistava o jovem condenado à morte, explicando-lhe ao início que não era apoiante da pena de morte (ressalva que volta a fazer no início das entrevistas aos condenados em «Death Row»), mas que ao mesmo tempo não podia deixar de condenar os crimes praticados pelos indivíduos. E normalmente eram crimes bastante violentos, envolvendo a morte de outras pessoas. Em «Death Row» o método deste projecto televisivo é o mesmo, mas em vez de se focar apenas numa história, desta vez Herzog faz cinco retratos de condenados à morte (uma das partes é dedicada a dois condenados), cada um com pouco menos de uma hora e um dos casos no estado da Florida. Os restantes tiveram lugar no estado do Texas, um dos que mais pessoas executa por pena capital.

Apesar de cada um destes capítulos ter menor duração do que «Into The Abyss», com cerca de duas horas de duração no total,  as questões abordadas por Herzog acabam por ser as mesmas e não perdem força, apesar de os retratos serem mais compactos do que o do filme anterior: por que razão alguém mata outra pessoa e quais os seus sentimentos em relação a isso e por que razão as autoridades condenam alguém à pena de morte, algo que acontece em quase 20 estados norte-americanos. E mesmo não sendo apoiante da pena de morte, o cineasta consegue o distanciamento suficiente para levar avante o seu trabalho, relatando os crimes ocorridos e falar com muitos dos envolvidos, desde os próprios condenados, alguns dos quais continuam a lutar para tentar provar a sua alegada inocência em processos que se desenrolaram com contornos bastante nebulosos, por vezes surreais, aos seus familiares, passando por representantes da Justiça. A única defesa que Herzog faz em relação ao seu ponto de vista é quando uma das entrevistadas no último retrato o acusa de estar a humanizar a condenada, em vez de se lembrar a vítima que teve uma morte cruel. O cineasta responde-lhe afirmando que antes de mais também a condenada à morte é um ser humano, argumento que deixa a entrevistada, uma defensora pública do estado do Texas, sem palavras.

Mas mais do que um documentário sobre a pena capital e o retrato de pessoas no corredor da morte «Death Row» é uma interessante reflexão sobre como são a vida e os sentimentos de pessoas que estão numa situação peculiar em relação à maioria de nós, pois sabem que têm uma data para morrer, e em relação a um sistema que permite condenar alguém à morte. E tanto no caso do Texas como na Florida, como demonstram alguns dos depoimentos, a pena capital tem um grande apoio da população. Ao fazer estes cinco retratos Herzog não só nos apresenta uma realidade diferente, mas consegue distanciar-se suficientemente do tema, do qual tem um ponto de vista bastante vincado, para contar a história de cinco pessoas que acabaram por chegar ao corredor da morte, focando-se ao mesmo tempo em questões como Deus, os seus sonhos ou a forma como vêem o sistema e o que sentem em relação aos familiares e as vítimas dos seus crimes (nos casos em que o admitiram).

Classificação: 4/5


No extremo oposto está «Animal Love». Realizado em 1996 por Ulrich Seidl este é um documentário que não nos deixa indiferentes ao mostrar a relação de um conjunto de pessoas com os seus animais de estimação, sendo que na maioria dos casos os retratados preferem a companhia dos seus companheiros de quatro patas à dos humanos. Ao contrário de Death Row aqui o cineasta não intervém na acção a não ser quando liga a câmara e segue os retratados, tornando-nos em simultâneo voyeurs ao assistir a estas relações entre pessoas e animais, que por vezes roçam o doentio.

E há de tudo, desde quem tenha animais de estimação para simples companhia ou para pedir esmola, a casais que vêem o seu animal de estimação como o filho que nunca tiveram, passando por pessoas que têm uma relação de cariz quase sexual com o seu cão. Se o objectivo de Seidl era mostrar o universo de relações entre pessoas e animais de estimação, que como podemos comprovar em «Animal Love» é enorme, o objectivo foi alcançado em pleno. Mesmo que nos deixe com um aperto no estômago e a questionar a sanidade mental de alguns dos retratados.

Já a forma como o faz, deixa-nos algumas dúvidas, sobretudo de um ponto de vista moral. É certo que na sua essência o documentarista não tem necessariamente de ter um papel activo no que está a captar, basta apontar a câmara, filmar o mundo e mostrar o que captou ao resto do mundo. Que no fundo é o que aparentemente Seidl faz neste caso. Mas em certas sequências de «Animal Love» há um limite que é ultrapassado desnecessariamente, como quando, por exemplo, o cão de um dos pares protagonistas ataca outro na rua e se ouve a dona e uma criança, presumivelmente filha da dona do cão atacado de forma violenta, em aflição sem que ninguém faça seja o que for para ajudar o cão em apuros. Ou quando um dos cães é aparentemente abandonado no meio da estrada (até que ponto certas sequências não terão sido encenadas é uma questão que nos chega a vir à cabeça). Daí as nossas reservas em relação ao resultado final do documentário, que nos provoca algum desconforto e nos leva a pensar duas vezes na hipótese de voltar a visionar outros documentários do cineasta austríaco.

Classificação: 2/5

«Death Row» integra a secção Observatório do IndieLisboa 2013 e vai passar ainda nas seguintes sessões:

21 Abril, 21:45, Cinema City Classic Alvalade, Sala 3


27 Abril, 21:45, Cinema City Classic Alvalade, Sala 3

«Animal Love» integra a secção Observatório do IndieLisboa 2013 e vai passar ainda nas seguintes sessões:

24 Abril, 19:15, Cinema City Classic Alvalade, Sala 3

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 28 de Abril


Dia 28 de Abril, 18h00, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«Frances Ha», de Noah Baumbach
É um dos regressos mais aguardados do ano para quem gosta do cinema independente norte-americano mais mainstream. O novo filme de Noah Baumbach, colaborador de Wes Anderson no passado (e só por isso já merecia a sugestão), vai passar pelo Indie e traz-nos Greta Gerwig (que também assina o argumento em parceria com o realizador) como uma bailarina que se sente atraída pela sua melhor amiga, sem a parte sexual. Em pano de fundo a cidade de Nova Iorque em tons de preto e branco. Uma oportunidade de assistir ao regresso de Baumbach ao Cinema, antes de uma (esperemos que) previsível estreia comercial ainda este ano. (sinopse e trailer)



Dia 28 de Abril, 21h30, Cinema City Classic Alvalade (Sala 1)
«Shirley - Visions of Reality», de Gustav Deutsch
Não é a primeira vez que a pintura inspira o Cinema e sem dúvida que não será a última. Em «Shirley - Visions of Reality» Gustav Deutsch parte das pinturas de Edward Hopper para nos mostrar 13 'cenas' da vida de Shirley, uma actriz ficcional, e ao mesmo tempo fazer uma série de reflexões sobre vários questões, desde o papel feminino ao teatro, entre outras. Uma sugestão para terminar o Indie, num universo onde duas artes se cruzam. (sinopse)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 27 de Abril


Dia 27 de Abril, 15h30, Cinemateca (Sala Dr. Félix Ribeiro)
«O Homem Sem Braços», de Tod Browning
Outro clássico a não perder na secção Director's Cut na Cinemateca é «O Homem Sem Braços», um dos filmes que juntou dois nomes grandes do Cinema Mudo: Tod Browning e Lon Chaney, uma das duplas mais famosas daquela época. Considerado como um dos mais bizarros filmes de Browning, a acção de «O Homem Sem Braços» tem lugar num circo onde um dos artistas resolve amputar os braços para tentar conquistar uma colega de profissão. O clássico de Browning está programado para complementar «A Messenger From The Shadows (Notes on Film 06 A/Monologue 01)», de Norbert Pfaffenbichler, um filme experimentalista baseado em Lon Channey, conhecido como o «Homem das Mil Faces». (sinopse de «O Homem Sem Braços»; sinopse de «A Messenger From The Shadows (Notes on Film 06 A/Monologue 01)»)



Dia 27 de Abril, 23h59, Cinema City Classic Alvalade (Sala 2)
«A Liar's Autobiograpy», de Ben Timlett, Jeff Simpson e Bill Jones
Para quem tiver saudades dos Monty Python a edição deste ano do Indie vai apresentar uma espécie de autobiografia de Graham Chapman, o membro da trupe de comediantes britânica falecido no final da década de 1980. Criado a partir de uma autobiografia ficcionada da autoria do próprio Chapman, «A Liar's Autobiography» é um filme animado que conta com a voz do comediante (que chegou a gravar a sua autobiografia) e dos restantes membros do colectivo, assim como de convidados especiais. Mais um momento de antologia recordar os geniais comediantes britânicos. (sinopse)

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 26 de Abril


Dia 26 de Abril, 15h30, Cinemateca (Sala Dr. Félix Ribeiro)
«Os Carabineiros», de Jean-Luc Godard
Uma das particularidades da edição deste ano do Indie surge na secção Director's Cut, dedicada a filmes sobre Cinema ou a restaurações de obras chave da Sétima Arte. Em 2013 esta secção do festival, uma vez mais em parceria com a Cinemateca, coloca as escolhas da programação do festival em espelho com alguns filmes clássicos. Um deles é «Os Carabineiros, um dos primeiros filmes de Jean-Luc Godard, realizado em 1963, um filme absurdo sobre o mais absurdo dos temas: a Guerra. A obra de Godard passa em espelho com «Jean-Louis Comolli, filmer pour voir!», um retrato de Jean-Louis Comolli, cineasta e actor francês, proveniente da 'escola' dos Cahiers do Cinema, em formato documentário assinado por Ginette Lavigne.


Dia 26 de Abril, 21h45, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«Sightseers», de Ben Wheatley
«Sightseers» chega ao Indie depois de ter sido bem recebido um pouco por todo o lado no ano passado, tanto a nível da crítica, como em alguns festivais por onde passou, por isso tem gerado algumas expectativas. Esta comédia negra acompanha a viagem de um casal de caravanistas por terras rurais britânicas que acaba por se revelar algo mais do que dois simples amantes da natureza à procura de um pouco de calma e respeito por parte dos outros viajantes. O par é interpretado por dois dos argumentistas do filme, os comediantes Steve Oram e Alice Lowe. (sinopse e trailer)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 25 de Abril


 Dia 25 de Abril, 14h30, Cinema City Classic Alvalade (Sala 1)
«Amsterdam Stories USA», de Rob Rombout e Rogier Van Eck
Gigante é um bom adjectivo para classificar «Amsterdam Stories USA». Com a duração de 360 minutos, esta sessão apresenta um documentário realizado por dois directores de ascendência holandesa que percorreram os EUA para visitar 15 pequenas cidades que têm uma coisa em comum: partilham o nome com a capital da Holanda. Ao longo das seis horas de duração do filme, dividido em capítulos de 90 minutos cada, vamos ao encontro das personagens destas pequenas localidades que nos contam histórias do presente e passado dos EUA. Uma viagem de grande fôlego para conhecer um outro lado dos EUA.



 Dia 25 de Abril, 21h45, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«Spring Breakers», de Harmony Korine
«Spring Breakers» é um dos acontecimentos do Indie este ano. Assinado por Harmony Korine, antigo colaborador de Larry Clark, para quem escreveu o argumento de «Kids», o polémico novo filme do cineasta norte-americano junta um grupo de adolescentes ricas de Los Angeles, algumas oriundas de programas da Disney, a James Franco, no papel de um gangster dos tempos modernos que já se tornou icónico, pelo menos no que diz respeito à imagem. O filme passa em ante-estreia no festival numa sessão especial para fãs, com direito a uma festa no Ritz Clube no final. (mais informações aqui) (sinopse e trailer)

domingo, 14 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 24 de Abril


Dia 24 de Abril, 16h45, Culturgest (Pequeno Auditório)
«The First Winter», de Ryan McKenna
Do Canadá vem um filme com sabor português. Uma co-produção luso-canadiana, «The First Winter» conta o que acontece quando um jovem português vai para terras canadianas visitar uma rapariga que engravidou. Com influências do universo de Aki Kaurismaki, o filme de Ryan McKenna é um relato do primeiro inverno do português no Inverno do Canadá e os contrastes entre duas culturas diferentes. (sinopse)



Dia 24 de Abril, 21h30, Culturgest (Grande Auditório)
«A Batalha de Tabatô», de João Viana
Outro dos pratos fortes do dia também tem um toque português e está presente na Competição Internacional e Nacional do IndieLisboa em 2013. Filmado em África, «A Batalha de Tabatô» chega ao festival lisboeta após ter saído de Berlim com uma menção especial que distinguiu o trabalho de João Viana e poderá ser uma das grandes surpresas do ano, prova de que o Cinema português continua a dar cartas, está vivo e recomenda-se. (sinopse e trailer)

sábado, 13 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 23 de Abril


Dia 23 de Abril, 17h00, Cinema City Classic Alvalade (Sala 2)
«Models», de Ulrich Seidl
Um retrato sobre as expectativas e a realidade das jovens modelos no final da década de 1990 é a proposta de Ulrich Seidl em «Models». Neste documentário a lupa do cineasta austríaco em destaque no IndieLisboa foca-se no dia-a-dia e nos problemas diários destas jovens para além das passerelles e do glamour associado à profissão. (sinopse)



Dia 23 de Abril, 21h45, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«The Rolling Stones - Charlie Is My Darling - Ireland '65», de Michael Gochanour e Peter Whitehead
Ao contrário dos anos anteriores a secção IndieMusic de 2013 não é das mais fortes. Contudo há um filme a merecer alguma atenção. «The Rolling Stones - Charlie Is My Darling - Ireland '65» é uma nova versão, restaurada e alargada, de um documentário original de 1965, ano em que Peter Whitehead acompanhou Mick Jagger e companhia numa digressão pela Irlanda, dentro e fora de palco. Oportunidade para revisitar o início e a juventude de uma das maiores bandas de rock do mundo. (sinopse)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 22 de Abril


Dia 22 de Abril, 16h45, Cinema City Classic Alvalade (Sala 1)
«Gimme The Loot», de Adam Leon
Uma das minhas paixões, além do Cinema, é a Street Art (quem segue o blogue conhece essa minha faceta através da rubrica «Street Art Meets Cinema»), por isso não poderia deixar de recomendar «Gimme The Loot», a história de dois jovens nova-iorquinos que partilham em comum o gosto pelos graffiti que pintam nas ruas de Nova Iorque. A estreia de Adam Leon nas longas metragens, com um filme que lhe garantiu o prémio «Someone To Watch» na última edição dos Independent Spirit Awards («Gimme The Loot» esteve ainda nomeado para Melhor Primeira Obra), é um dos destaques na secção Cinema Emergente do festival. (sinopse e trailer)


Dia 22 de Abril, 21h45, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«Simon Killer», de Antonio Campos
Também de Nova Iorque vem Antonio Campos, um dos nomes consagrados do cinema independente norte-americano que traz ao IndieLisboa «Simon Killer». A sua mais recente longa, após a bem sucedida estreia com «Afterschool», troca a cidade que nunca dorme por Paris, onde um estudante universitário tenta recuperar do trauma do fim de uma relação amorosa. «Simon Killer» é um dos pratos fortes da competição internacional do festival. (sinopse)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dia 21 de Abril


 Dia 21 de Abril, 15h30, Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
«Thy Womb», de Brillante Mendoza
Outro dos nomes fortes a marcar presença no Indie em 2013 é Brillante Mendoza. Depois de «Cativos», filme que estreia esta semana nas salas portuguesas e conta com a presença de Isabelle Huppert no elenco, o realizador filipino traz-nos uma história sobre a maternidade e o papel da mulher no seio de uma comunidade muçulmana numa ilha remota do arquipélago asiático. Prevê-se um regresso às origens de filmes como «Lola» ou «Kinatay». (sinopse)



Dia 21 de Abril, 21h30, Culturgest (Grande Auditório)
«Paradise: Hope», de Ulrich Seidl
O primeiro fim de semana do festival termina com o encerramento da trilogia «Paradise», de Ulrich Seidl. No derradeiro episódio da trilogia o cineasta austríaco conta a história de Meli, filha de Teresa e sobrinha de Anna Maria, protagonistas dos outros dois filmes da série, uma adolescente com problemas de obesidade que vai para uma colónia de férias com o objectivo de perder peso. O objectivo acaba por ser posto de parte quando a jovem se apaixona por um dos médicos da colónia, num filme dedicado ao tema da Esperança. (sinopse e trailer)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Sugestões para o IndieLisboa 2013: dias 18 e 19 de Abril

Está prestes a arrancar mais uma edição do IndieLisboa (o programa pode ser consultado aqui), um dos principais festivais de Cinema lisboetas, que este ano comemora o seu décimo aniversário. Tal como aconteceu nos anos anteriores durante aqueles dias não farei muito mais além de ver filmes e descobrir algumas obras que muito provavelmente dificilmente voltarei a ver, pelo menos em sala. Para antecipar o início das festividades, marcado para o próximo dia 18 de Abril, ao longo dos próximos dias vou publicar uma série de posts com algumas sugestões (pessoais) de sessões a ver durante o IndieLisboa. São duas propostas por dia, com excepção do primeiro dia do festival, onde as sessões decorrem praticamente em simultâneo, e do segundo dia (devido à série de documentários de Werner Herzog sobre a pena de morte, que vai passar em duas sessões diferentes), e pode ser visto quase como um guia para quem estiver interessado em comprar a caderneta de 20 bilhetes, apesar de serem 22 as sessões a deste 'guia'. Sem mais demoras, seguimos então para as sugestões para os dias 18 e 19 de Abril:

Dia 18 de Abril, 21h30, Culturgest (Grande Auditório)
«Paradise: Love», de Ulrich Seidl
Apesar de a edição deste ano do IndieLisboa abrir com chave de ouro, com a apresentação em antestreia de «No», de Pablo Larraín (nome conhecido dos adeptos do festival, que tiveram oportunidade de ver em edições anteriores os filmes «Tony Manero» e «Post Mortem»), que foi um dos nomeados ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano, o destaque do primeiro dia do festival vai para «Paradise: Love», de Ulrich Seidl, um dos nomes em foco na presente edição do festival. O filme faz parte de uma trilogia focada na visão de três personagens diferentes (mãe, irmã e filha), cada um visto a partir da perspectiva de uma das personagens. «Paradise: Love» é o primeiro filme da trilogia, a mãe. (sinopse e trailer)

Dia 19 de Abril, 17h00 e 21h45, Cinema City Classic Alvalade (Sala 2)
«Death Row», de Werner Herzog
Werner Herzog, Herói Independente de 2009, está de regresso ao Indie com um tema que já tinha trazido ao festival na edição do ano passado. Na senda de «Into The Abyss», documentário sobre a pena de morte nos EUA que passou na última edição do Indie, desta vez o alemão apresenta quatro retratos de criminosos condenados à pena capital nos estados da Flórida e Texas. Estes retratos, divididos em quatro partes, vão passar em duas sessões com dois documentários cada. Daí uma das excepções deste conjunto de propostas. (sinopse)

Dia 19 de Abril,  19h00, Cinema City Classic Alvalade (Sala 1)
«Rocker», de Marian Crisan
Nos últimos anos a Roménia tem sido a origem de algumas das melhores obras do cinema europeu e também no Indie tem havido espaço para descobrir alguns destes cineastas do chamado Novo Cinema Romeno, movimento que também já foi homenageado no festival em 2008 na secção Herói Independente. Este ano o único representante do contingente romeno é Marian Crisan, repetente no Indie, onde apresentou a sua obra de estreia «Morgen» em 2010. Motivos mais do que suficientes para sabermos se o cinema romeno continua de boa saúde. (sinopse)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Para (re)descobrir Luis García Berlanga

Arranca hoje a CineFiesta, uma mostra de cinema espanhol que irá mostrar em Lisboa e no Porto algumas obras recentes, e outras nem por isso, como é o caso do mini ciclo dedicado a Victor Erice que terá lugar na Cinemateca Portuguesa, realizadas por cineastas do nosso país vizinho. Não é objectivo deste post promover o evento, cuja programação pode ser consultada aqui, mas antes dedicar umas linhas a uma excelente iniciativa recente criada em Espanha para homenagear um grande realizador espanhol, por vezes esquecido, sobretudo fora do seu país de origem: Luis García Berlanga.

Desde o passado dia 12 de Novembro que está on-line o Berlanga Film Museum, um site que reúne informação sobre a vida e obra do cineasta e pretende ser, segundo os seus responsáveis, «uma base de dados internacional de referência obrigatória sobre o realizador valenciano que possa ser consultada por investigadores e historiadores de Cinema, mas também por adeptos do Cinema». Neste site é possível encontrar textos pessoais, fotografias do realizador, vídeos, ficheiros áudio e até consultar os guiões de 21 dos seus filmes, elementos que nos ajudam a compreender melhor a vida e obra do realizador de «Bem-vindo Senhor Marshall». Mais informações sobre o projecto e a sua génese podem ser encontradas neste link. A viagem de (re)descoberta sobre a obra de Luis García Berlanga começa aqui.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lisbon & Estoril Film Festival 2012: destaques da programação

Já são conhecidos alguns dos filmes que vão estar presentes na edição de 2012 do Lisbon & Estoril Film Festival, que este ano vai decorrer entre os dias 9 e 18 de Novembro. Além de 11 filmes em competição, o festival volta a contar com propostas de luxo na secção Fora de Competição, com a apresentação dos novos filmes de realizadores como Paul Thomas Anderson, Michael Haneke, Marco Bellocchio, François Ozon, Hong Sang-Soo, Leos Carax, Bernardo Bertolucci, Harmony Korine, Alain Resnais, Michel Gondry e Brian de Palma, entre outros. Brian de Palma vai também estar em destaque na presente edição do evento, ao ser alvo de uma retrospectiva integral. Outro dos realizadores agraciados com uma retrospectiva é Hou Hsiao-Hsien.

No campo das homenagens, o Lisbon & Estoril Film Festival vai prestar homenagem a Monte Hellman, Lucrecia Martel, João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata e Serge Daney. Já Artavazd Peleshyan e Adolpho Arrietta são os nomes que integram a secção Cineastas Raros. Para a secção CinemArt, definida como «uma secção dedicada às personalidades do mundo das artes que, pelo menos uma vez nas suas vidas, deixaram o seu fascínio pelo cinema desafiar a sua própria criatividade, através de uma linguagem específica de expressão artística», o festival vai destacar cinco personalidades: Noronha da Costa, Enrique Vila-Matas, Alfred Brendel, David Hockney e Hanif Kureishi.

Por fim, como tem ocorrido nas edições anteriores do festival, vai haver espaço para ir ao passado e trazer de volta algumas obras clássicas. Em 2012 o evento vai apresentar um conjunto de filmes recuperados pela Filmoteca Espanhola, a projecção de uma nova versão restaurada de Heaven's Gate, o filme maldito de Michael Cimino, quatro sessões dedicadas ao tema Cinema e História e uma secção dedicada a Miguel Alexandre.

Segue a lista dos principais filmes que vamos poder ver este ano no Lisbon & Estoril Film Festival nas principais secções do evento:

«Children of Sarajevo», de Aida Bejic
Secção Em Competição:

«After Lucia», de Michel Franco;
«Children of Sarajevo», de Aida Bejic;
«Laurence Always», de Xavier Dolan;
«Rengaine», de Rachid Djaïdani;
«Student», de Darezhan Omirbayev;
«Winter, Go Away!», de Elena Khoreva, Denis Klebleev, Askold Kurov, Dmitry Kusabov, Nadezhda Leonteva, Anna Moiseenko, Madina Mustafina, Sofia Rodkevich, Anton Seregin, Alexey Zhiriakov;
«Sueño y silencio», de Jaime Rosales;
«The Shine of Day», de Tizza Covi e Rainer Frimmel;
«Low Tide», de Roberto Minervini;
«L'intervallo», de Leonardo di Constanzo;
«Avalon», de Axel Petersén

«O Mestre», de Paul Thomas Anderson
Secção Fora de Competição:


«O Mestre», de Paul Thomas Anderson  (Filme de Abertura);
«Beasts of the Southern Wild», de Benh Zeitlin (Filme de Abertura);
«Amor», de Michael Haneke;
«Antiviral», de Brandon Cronenberg;
«Bella Addormentata», de Marco Bellocchio;
«Dans la maison», de François Ozon;
«Da-reun na-ra-e-suh», de Hong Sang-Soo;
«Holy Motors», de Leos Carax;
«Ingrid Caven, musique et voix», de Bertrand Bonello;
«Io e te», de Bernardo Bertolucci;
«La noche de enfrente», de Raul Ruiz;
«Operação Outono», de Bruno de Almeida;
«Padroni di Casa», de Edoardo Gabbriellini;
«Passion», de Brian de Palma;
«Spring Breakers», de Harmony Korine;
«Vous n’avez encore rien vu», de Alain Resnais;
«The We and the I», de Michel Gondry;
«West of Memphis», de Amy Berg;
«Cloud Atlas», de Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski (Filme de Encerramento);
«As Voltas da Vida», de Robert Lorenz (Filme de Encerramento)

«Heaven's Gate», de Michael Cimino


Sessões Especiais - Preservar a Memória do Cinema - Filmoteca Espanhola:

«Campanadas a medianoche, Chimes at Midnight», de Orson Welles;
«Las Hurdes, tierra sin pan», de Luis Buñuel;
«Vida en sombras», de Lorenzo Llobet Gracia;
«Restauraciones de campanas a medianoche», de Luciano Berriatúa;
«Un chien andalu», de Luis Buñuel

Sessões Especiais - Preservar a Memória do Cinema:

«Heaven's Gate», de Michael Cimino

Sessões Especiais - Cinema e História:

Hitler, ein Film aus Deutschland, de Hans-Jurgen Syberberg;
Exodus, de Otto Preminger;
Inconscio italiano, de Luca Guadagnigno;
Bab el Shams, de Yousry Nasrallah

Mais informações sobre o festival  no site oficial do Lisbon & Estoril Film Festival.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

13ª Festa do Cinema Francês: destaques da programação

Foi hoje apresentada em Lisboa, no Instituto Franco-Português, a programação oficial da 13ª edição da Festa do Cinema Francês, que este ano vai decorrer em 10 cidades (Almada, Coimbra, Estarreja, Évora, Faro, Guimarães, Lisboa, Porto, Seixal e Setúbal) entre 4 de Outubro e 9 de Novembro. Com duas dezenas de ante-estreias, 10 das quais com distribuição prevista no circuito comercial, a edição deste ano da Festa vai ainda prestar homenagem a dois realizadores, que terão direito a retrospectivas bastante completas: Olivier Assayas (na Cinemateca Portuguesa) e Jacques Audiard (Cinema Nimas). Em ambos os casos os ciclos terminam com as suas mais recentes obras, «Après Mai» e «De Rouille et d'Os», respectivamente.

Quem também vai ser homenageada durante a festa é Maria de Medeiros, que foi escolhida como a madrinha do evento. A actriz e realizadora portuguesa vai apresentar seis filmes escolhidos pela própria, entre os quais duas obras que realizou: «Capitães de Abril» e «Je t'aime, moi non plus - artistes et critiques». Destaque ainda para a realização de um ciclo de Cinema de Animação onde serão apresentadas sete obras deste género, todas realizadas por autores gauleses, e para a projecção de uma nova cópia restaurada do clássico «Lola», de Jacques Demy, que encerrará a 13ª Festa do Cinema Francês, em Guimarães, cidade que este ano é a Capital Europeia da Cultura.

Tal como em edições anteriores, a Festa vai também ter espaço no pequeno ecrã da RTP 2, onde a programação da Sessão Dupla e do Onda Curta serão dedicadas ao cinema francês. Para quem quiser acompanhar melhor um dos principais eventos dedicados ao Cinema francês promovido em Portugal, fruto do esforço do Instituto Franco-Português, fica aqui uma breve apresentação da programação, que pode ser vista com mais detalhe no site oficial da Festa.

Poulet aux Prunes, de Vicent Paronnaud e Marjane Satrapi


Ante-estreias (a negrito os filmes com distribuição comercial prevista)

Paulette, de Jérôme Enrico
Fragments d’une revolution, de Collectif Anonyme
Le fils de l’autre, de Lorraine Levy
Sur la Piste du Marsupilami, de Alain Chabat 
Je me suis fait tout petit, de Cécilia Rouaud
De bon matin, de Jean-Marc Moutout
Un heureux évènement, de Rémi Bezançon 
Toi, Moi, Les autres - Leila, de Audrey Estrougo
Journal de France, de Raymond Depardon e Claudine Nougaret
Captive, de Brillante Mendoza
Présumé Coupable, de Vincent Garenq
Elles, de Malgorzata Szumowska
Indignados, de Tony Gatlif
L’exercice de l’état, de Pierre Schoeller
Está no Ar / Parlez-moi de vous, de Pierre Pinaud 
Le Cochon de Gaza, de Sylvain Estibal 
L'art d'Aimer, de Emmanuel Mouret 
Poulet aux Prunes, de  Vicent Paronnaud e Marjane Satrapi
La Pirogue, de Moussa Touré
De Rouille et d'os, de Jacques Audiard


Maria de Medeiros - A Madrinha

À l’abri de la tempête, de Camille Brottes Beaulieu
Capitães de Abril, de Maria de Medeiros
Je t'aime, moi non plus - artistes et critiques, de Maria de Medeiros
Je ne suis pas mort, de Mehdi Ben Attia
Três Irmãos, de Teresa Villaverde
Viagem a Portugal, de Serge Tréfaut

Après Mai, de Oliver Assayas (2012)

Retrospectiva: Oliver Assayas


Désordre (1986)
Paris s'eveille (1991)
L'Eau Froide (1994)
Irma Vep (1996)
HHH Portrait de Hou Hsiao-Hsein (1997)
Les Destinées Sentimentales (2000)
Clean (2004)
Demonlover (2002)
Boarding Gate (2007)
L’heure d’été (2008)
Carlos (série) (2010)
Après Mai (2012)


De Rouille et d'Os, de Jacques Audiard (2012)

Retrospectiva: Jacques Audiard


Regarde les hommes tomber (1994)
Un Héros très discret (1996)
Sur mes lévres (2001)
De battre mon coeur s'est arrêté (2005)
Un prophète (2009)
De Rouille et d'Os (2012)

Zarafa, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie (2012)

O Universo da Animação
Gwen, le livre de sable, de Jean-François Laguionie (1985)

L'île de Black Mór, de Jean-François Laguionie (2004)
Le tableau, de Jean-François Laguionie (2011)
La planète sauvage, de René Laloux (1973)
L'apprenti Père Noël, de Luc Vinciguerra (2010)
Zarafa, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie (2012)
Couleur de peau : Miel, de Laurent Boileau e Jung Henin (2012)


Trois Couleurs: Bleu, Blanc et Rouge, de Krzysztof Kieslowski (1993-1994)

RTP2 – Sessão Dupla
Le Gamin au Velo, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (2011) 6 de Outubro
Trois couleurs: Bleu, de Krzysztof Kieslowski (1993) 6 de Outubro
The Dreamers, de Bernardo Bertolucci (2003) 13 de Outubro
Trois couleurs: Blanc, de Krzysztof Kieslowski (1994) 13 de Outubro
Monsieur Batignole, de Gérard Jugnot (2002) 20 de Outubro
Trois couleurs: Rouge, de Krzysztof Kieslowski (1994) 20 de Outubro
Les bien-aimés, de Christophe Honoré (2011) 27 de Outubro
Une vieille maîtresse, de Catherine Breillat (2007) 27 de Outubro

Le voyage dans la lune, de Georges Méliès (1902)

RTP2 – Onda Curta
Jean-Luc persécuté, de Emmanuel Laborie (2011) 7 de Outubro
Babioles, de Mathieu Auvray (2012)  10 de Outubro
505g, de JérémyAzencott (2012) 10 de Outubro
Babioles, de Mathieu Auvray (2012) 21 de Outubro
Elvis de Nazareth, de  Rani Masalha (2011) 21 de Outubro
[R], de  Julie Rembauville e Nicolas Bianco-Levrin (2011) 21 de Outubro
La part de Franck, de Dominique Baumard (2011) 21 de Outubro
Babioles, de Mathieu Auvray (2012) 28 de Outubro
La Meilleure façon de tracer L’amicale du réel (2010) 28 de Outubro
The extraordinary voyage, de  Serge Bromberg e Eric Lange (2011) 4 de Novembro
Le voyage dans la lune, de Georges Méliès (1902) 4 de Novembro