Mostrar mensagens com a etiqueta Yasujiro Ozu. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Yasujiro Ozu. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tal Pai, Tal Filho, de Hirokazu Koreeda (2013)

Há qualquer coisa no olhar de Hirokazu Koreeda que nos fascina. Não serão apenas os belos filmes que nos tem apresentado ao longo dos últimos anos, mas a forma serena e terna como filma as histórias que nos traz e volta e meia temos o prazer de ver em estreia comercial. Pequenas pérolas vindas do Japão, criadas por um dos dignos sucessores do génio de Ozu (recomenda-se o visionamento de «Andando», uma espécie de variação de «Viagem a Tóquio» passada nos dias de hoje, para o confirmar), que quase passam sem darmos por elas, mas que se lhes dermos atenção acabam por ser experiências memoráveis. «Tal Pai, Tal Filho» não é excepção e foi uma das mais agradáveis fitas a passar pelas salas portuguesas no final do ano passado.

A história de um pai que descobre, seis anos depois, que o seu filho foi trocado por outro no hospital, facilmente poderia ser um dramalhão de primeira, com lágrima a espreitar ao canto do olho. Mas Koreeda foge disso como o diabo da cruz e o resultado é algo completamente diferente. Um filme sincero, que retrata o drama de alguém que a dado momento e a partir de uma situação em específico se coloca perante inúmeras questões que no limite põem em causa toda a sua vida. Não só o que fazer quando descobre que o seu filho natural não é o que criou durante seis anos, mas um miúdo criado por uma família de menos recursos do que a dele, mas também o que falhou ao longo dos mesmos seis anos para que se sinta tão longe do menino que criou e ao mesmo tempo incapaz de acarinhar e aproximar-se do seu verdadeiro filho quando este vai viver com o casal natural.

Mais do que um belo filme, «Tal Pai, Tal Filho» acaba por ser um retrato da época em que foi feito (já Fritz Lang na sua extraordinária conversa com Jean-Luc Godard - Le dinosaure et le bébé -  dizia que todos os filmes são como que documentários de uma determinada época), algo que já acontecia nos filmes anteriores de Hirokazu Koreeda, onde a família é sempre o centro da trama. Os dilemas de alguém que sempre deu tudo o que tinha a dar no emprego, descurando dessa forma a família e os que o rodeiam, da esposa ao pai, passam em pano de fundo. O final é aparentemente feliz, mas não sabemos se esta experiência limite pela qual todos passaram será suficiente para algo mudar ou se tudo irá continuar na mesma. O que não mudou, de certeza, foi o olhar sereno de Koreeda perante as suas personagens, que não deixa de nos fascinar desde que vimos pela primeira vez um dos seus filmes. Mais do que recomendável, «Tal Pai, Tal Filho» é um dos filmes obrigatórios em exibição por estes dias.

Nota: 4/5

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

10 Filmes: Cidades

De volta à rubrica «10 Filmes», depois de uma longa ausência, hoje é dia de dedicar um post a filmes onde as cidades têm um certo protagonismo. Seja por terem quase um papel importante dentro do filme ou serem elas próprias as protagonistas, como é o caso de «A Sinfonia de Uma Capital», ou o simples facto de terem dado o título ao filme em causa. Tal como aconteceu com as outras listas desta rubrica, volto a sublinhar que esta não pretende ser uma lista com os melhores filmes sobre um determinado tema e obviamente que alguns ficaram de fora. Por isso as propostas alternativas são sempre bem-vindas na caixa dos comentários.

 Berlin: Die Sinfonie der Grosstadt (A Sinfonia de Uma Capital), de Walter Ruttmann (1927)

 Casablanca, de Michael Curtiz (1942)

Roma, città aperta (Roma, Cidade Aberta), de Roberto Rossellini (1945)

Tôkyô monogatari (Viagem a Tóquio), de Yasujirô Ozu (1953)

Les parapluies de Cherbourg (Os Chapéus de Chuva de Cherburgo), de Jacques Demy (1964)

Lisbon Story (Viagem a Lisboa), de Wim Wenders (1994)

Fear and Loathing in Las Vegas (Delírio em Las Vegas), de Terry Gilliam (1998)

Napoli, Napoli, Napoli, de Abel Ferrara (2009)

 Oslo, 31. august (Oslo, 31 de Agosto), de Joachim Trier (2011)

 Le Havre, de Aki Kaurismäki (2011)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

10 Filmes: Tempos Difíceis

Hoje é dia de greve geral e um pouco por toda a Europa há várias manifestações a decorrer. Para fugir um bocado à recomendação do costume para dias como este (para os mais distraídos, há quem goste de recomendar o visionamento de «A Greve», de Sergei Eisenstein), apresento uma lista de 10 filmes sobre tempos conturbados como os que vivemos hoje. Alguns são autênticos murros no estômago, outros dão-nos alguma esperança para esperar por dias melhores. Tal como em outras listas desta rubrica, volto a sublinhar que esta não pretende ser uma lista com os melhores filmes sobre um determinado tema. E propostas alternativas são sempre bem-vindas na caixa dos comentários.

A Multidão, de King Vidor (1928)

Tokyo Chorus, de Yasujiro Ozu (1931)

As Vinhas da Ira, de John Ford (1940)

Umberto D., de Vittorio De Sica (1952)

Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos (1963)

Ariel, de Aki Kaurismaki (1988)

Ou Tudo Ou Nada, de Paolo Cattaneo (1997)

Rosetta, de Jean-Pierre e Luc Dardenne (1999)

Às Segundas ao Sol, de Fernando Léon Aranoa (2002)

Sangue e Ouro, de Jafar Panahi (2003)

A culpa é do Ozu


Neste pequeno vídeo Aki Kaurismaki explica como foi influenciado pela obra de Yasujiro Ozu para seguir a carreira de realizador. Em 1976 perdeu-se um potencial escritor e o mundo ganhou um excelente realizador. Tudo graças ao mestre japonês e a uma visita forçada ao British Film Institute.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

10 filmes: Infância

O objectivo desta rubrica é apresentar 10 filmes temáticos. Não são necessariamente obras-primas, nem estes posts pretendem ser tops definitivos. A ordem é a cronológica, precisamente para não dar mais ou menos destaque a um determinado filme. São simplesmente os dez primeiros filmes que me vieram à cabeça sobre um determinado tema e quase todos bastante recomendáveis. A proposta de hoje são filmes protagonizados por crianças. Convido-vos também, se quiserem, a partilhar na caixa de comentários outras propostas. Estas são as minhas:


O Garoto de Charlot, de Charlie Chaplin (1921)

Eu Nasci, Mas..., de Yasujiro Ozu (1932)

Zero em Comportamento, de Jean Vigo (1933)

 Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira (1942)

 Os Quatrocentos Golpes, de François Truffaut (1959)

E.T. - O Extra-Terrestre, de Steven Spielberg (1982)

Os Goonies, de Richard Donner (1985)

Onde é a Casa do Amigo?, de Abbas Kiarostami (1987)

 Mel, de Semi Kaplanoglu (2010)

 Nana, de Valérie Massadian (2011)