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domingo, 19 de janeiro de 2014

Kubrick em destaque na Take


Já está nas bancas virtuais mais uma edição da Take Cinema Magazine. O número 34 é dedicado à vida e obra de Stanley Kubrick, com artigos e críticas sobre todos os filmes do autor de «Laranja Mecânica». A mais recente edição da Take inclui ainda artigos sobre vários aspectos da vida do realizador, desde os projectos que ficaram por fazer, a sua carreira enquanto fotógrafo que o trouxe inclusive a Portugal, entre outros. Para ler aqui. Podem também aproveitar para fazer like na página do Facebook da Take. Boas leituras e boa viagem rumo ao universo kubrickiano!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Duetos Cinéfilos #14


Música: Disorder (Joy Division)
Filme: 2001: Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Kubrick, o documentarista

Quando se fala em Stanley Kubrick a primeira coisa que passa pela cabeça da maior parte dos fãs do realizador será talvez os seus filmes mais conhecidos, como «Laranja Mecânica» ou «2001: Odisseia no Espaço». O que talvez muitos não sabem é que o jovem Kubrick, que começou por ser fotógrafo antes de se dedicar à Sétima Arte, realizou três curtos documentários antes de a sua carreira como realizador arrancar a sério, com «O Beijo Assassino». (antes de realizar este filme o cineasta ainda realizou um primeira longa-metragem, «Fear and Desire», que renegou até à sua morte. Esta obra foi editada recentemente em DVD e Blu-ray, ficando disponível pela primeira vez para o público em geral, pois Kubrick nunca chegou a autorizar em vida a apresentação do filme).

Day of The Fight (1951)

Realizados entre 1951 e 1953, os três documentários abordam temas distintos e cada um tem o seu estilo próprio. E, curiosamente, o melhor dos três é o primeiro, talvez por ser o mais pessoal e onde se nota uma marca própria. «Day of The Fight» começa por ser um documentário sobre boxe, com uma breve introdução sobre este desporto e a sua popularidade nos EUA, e acaba por se focar num lutador que irá entrar no ringue para participar num combate decisivo. Assim que conhecemos Walter Cartier, um dos vários boxistas presente no livro de estatísticas do boxe, a câmara de Kubrick vai segui-lo durante o dia do combate, mostrando como se prepara e passa as últimas horas antes de entrar em acção. Como se fosse o retrato de um dia de trabalho de alguém, cuja profissão é lutar boxe. O que sobressai nesta estreia de Stanley Kubrick é que, apesar de ser um documentário, encontramos diversos características que nos remetem para o Noir, género explorado nas duas longas realizadas após «Fear and Desire»: «O Beijo Assassino» e «Um Roubo no Hipódromo». Sendo este o documentário menos tradicional, quando comparado com os outros dois (este é também o único documentário de Kubrick que não resulta de uma encomenda), quase que podemos dizer que neste primeiro filme Stanley Kubrick já começa a ensaiar para o que seriam as suas primeiras longas.

Flying Padre (1951)

Depois de conseguir vender «Day of The Fight» à RKO-Pathé, Kubrick foi contratado por esta produtora-distribuidora norte-americana para filmar um novo documentário. O resultado foi «Flying Padre» e não poderia ser mais diferente da estreia. Muito mais pequena, com cerca de metade da duração de «Day of The Fight», esta curta é o retrato de um padre do Novo México que viaja no seu avião para chegar às populações daquele estado norte-americano, seja para celebrar uma missa ou para ajudar quem precisa de chegar ao hospital o mais depressa possível. Considerado mais tarde como uma obra menor pelo próprio realizador, «Flying Padre» quase que se assemelha a uma pequena reportagem sobre esta 'personagem', e hoje em dia mais não é do que uma curiosidade no legado de Kubrick, que nada vem acrescentar à restante obra do cineasta.

The Seafarers (1953)

O último documentário, «The Seafarers», acaba por ser o mais tradicional dos três. Realizado por encomenda do Seafarers International Union, um sindicato de marinheiros nos EUA, este é também o primeiro filme a cores de Stanley Kubrick. Mas, tal como já acontecera com «Flying Padre», aqui não há nenhuma marca pessoal do cineasta. «The Seafarers» faz lembrar alguns filmes de propaganda realizados durante a II Guerra Mundial, mas aqui não se trata de promover os valores dos EUA em tempo de guerra, antes o trabalho do sindicato na defesa dos direitos dos seus membros. Em comum aos outros dois filmes encontramos um narrador, que desta vez surge no ecrã, no início e no final do filme, para nos contar a história e o trabalho do Seafarers International Union. Apesar de Kubrick não ter feito grandes referências a «The Seafarers» mais tarde, este encomenda terá sido fundamental para pagar os custos de «Fear and Desire».

Para quem quiser conhecer um pouco melhor a história destas três curtas-metragens, sobretudo de «The Day of The Fight», recomendo a leitura deste artigo publicado no site Open Culture, onde podem também ser visionados os três documentários, disponíveis no YouTube.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Leitura recomendada: «Stanley Kubrick», de Enrico Ghezzi

Stanley Kubrick é um daqueles cineastas que se gosta ou odeia. Por isso, se estão no segundo campo, este post não vos diz respeito. Pelo contrário, se são fãs do autor de «Laranja Mecânica», estão no sítio certo, pois este serve para vos apresentar um livro onde a obra de Kubrick é analisada por Enrico Ghezzi, programador, cineasta e escritor italiano. Ou seja, leitura mais do que recomendada para quem quiser aprofundar conhecimentos na obra do cineasta que afirmou um dia odiar «que me peçam para explicar como 'funciona' o filme, qual era a minha intenção, etc.», uma das várias citações que servem de apresentação ao ensaio de Ghezzi propriamente dito.

Publicado originalmente em 1977, «Stanley Kubrick» apresenta um enorme ensaio sobre a obra do cineasta desde as curtas «Flying Padre» e «Day of the Fight» e da estreia «Fear and Desire», a primeira longa-metragem de Kubrick que sempre foi rejeitada pelo próprio, até «Barry Lyndon». Mais tarde, foi incluído um novo texto dedicado a «Shining», realizado já em 1980. A edição portuguesa, lançada pela Cinemateca Portuguesa em 2002 aquando a realização de uma retrospectiva quase integral do realizador (de fora ficou apenas «Fear and Desire». Diz quem teve a oportunidade assistir ao ciclo que este foi um dos mais concorridos na Barata Salgueiro. O autor deste blogue teve a sorte de se estrear nas lides da Cinemateca precisamente durante esse ciclo, numa das sessões de «Shining»), inclui o ensaio original, o texto sobre «Shining» e um apêndice com referências às duas obras de Kubrick realizadas posteriormente: «Nascido Para Matar» e «De Olhos Bem Fechados».

A primeira parte, o ensaio propriamente dito, é o melhor do livro. Com quase 150 páginas, escrutina todos os pormenores dos filmes realizados por Kubrick entre 1951 e 1980. Obviamente que é só uma análise de alguém que conhece muito bem a obra do cineasta, mas em simultâneo consegue admitir que aquela é só a sua visão sobre uma obra tão complexa como a que nos deixou o realizador de «2001: Odisseia no Espaço», que nunca se abriu demasiado para explicar os seus filmes. O apêndice, dedicado aos dois últimos filmes de Kubrick, é mais pobre. A ideia original era ter um novo texto de Enrico Ghezzi a tempo do ciclo, mas tal não foi possível.

No final temos ainda umas boas dezenas de páginas com informação bibliográfica, a ficha técnica completa de todos os filmes de Stanley Kubrick e uma secção dedicada à discografia que saiu dos filmes do cineasta. Em suma, este é um daqueles livros obrigatórios para quem venera o realizador e quer tentar perceber um bocadinho melhor o cineasta. E tem a vantagem de se ler num ápice.