Mostrar mensagens com a etiqueta Sean Durkin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Sean Durkin. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Martha Marcy May Marlene, de Sean Durkin (2011)

Martha (Elizabeth Olsen) está confusa. Dois anos depois de fugir de casa e ter passado por uma estranha comunidade, liderada por um ainda mais estranho Patrick (John Hawkes), a jovem tenta regressar à normalidade com a ajuda da irmã Lucy (Sarah Paulson), entretanto casada. Em termos gerais é esta a história de «Martha Marcy May Marlene», a estreia de Sean Durkin nas longas metragens e um filme que nos vem provar que o cinema independente norte-americano (rótulo cada vez mais alargado, mas isso será tema para outras discussões) ainda tem espaço para nos surpreender de vez em quando.

A recuperação de Martha, que na comunidade era tratada por Marcy May, e a sua integração na sociedade 'normal', depois de um longo período de afastamento, é o centro do filme, onde Sean Durkin vai intercalando as cenas do presente com algumas recordações do passado recente da jovem, antes de ir ao encontro da irmã. Um dos pontos fortes de «Martha Marcy May Marlene» é precisamente a forma como este passado e presente conseguem conviver, se assim se pode dizer, sem cansar o espectador ou parecer algo forçado, quase como se um exercício de estilo. Ao encadear as cenas do presente com episódios da vida de Martha na comunidade, utilizando aspectos comuns (como por exemplo, um mergulho que tem lugar no presente e quando damos conta a sequência desse mergulho já está no passado), Sean Durkin espelha bem a confusão que vai na cabeça da jovem.

Uma das grandes surpresas, além da estreia do realizador, é a interpretação de Elizabeth Olsen, irmão mais nova da dupla Mary-Kate e Ashley Olsen, que no seu segundo papel consegue dominar todo o ecrã com a sua presença. É mais um daqueles casos em que o casting errado poderia deitar tudo a perder. Não sendo uma obra-prima, esta primeira obra de Sean Durkin acaba por ser uma das melhores estreias a chegar às salas portuguesas, num ano claramente fraco a este nível. E este será sem dúvida um nome a ter debaixo do radar nos próximos passos.

Classificação: 4/5