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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

10 Filmes: Tempos Difíceis

Hoje é dia de greve geral e um pouco por toda a Europa há várias manifestações a decorrer. Para fugir um bocado à recomendação do costume para dias como este (para os mais distraídos, há quem goste de recomendar o visionamento de «A Greve», de Sergei Eisenstein), apresento uma lista de 10 filmes sobre tempos conturbados como os que vivemos hoje. Alguns são autênticos murros no estômago, outros dão-nos alguma esperança para esperar por dias melhores. Tal como em outras listas desta rubrica, volto a sublinhar que esta não pretende ser uma lista com os melhores filmes sobre um determinado tema. E propostas alternativas são sempre bem-vindas na caixa dos comentários.

A Multidão, de King Vidor (1928)

Tokyo Chorus, de Yasujiro Ozu (1931)

As Vinhas da Ira, de John Ford (1940)

Umberto D., de Vittorio De Sica (1952)

Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos (1963)

Ariel, de Aki Kaurismaki (1988)

Ou Tudo Ou Nada, de Paolo Cattaneo (1997)

Rosetta, de Jean-Pierre e Luc Dardenne (1999)

Às Segundas ao Sol, de Fernando Léon Aranoa (2002)

Sangue e Ouro, de Jafar Panahi (2003)

domingo, 2 de setembro de 2012

A Grande Parada, de King Vidor (1925)

(texto com spoilers)
Considerado como um dos grandes sucessos de público no período mudo, «A Grande Parada» é também um dos pontos altos da obra de King Vidor, realizador que quis fazer com este filme algo que ficasse na memória, tal como acontecera anteriormente com «O Nascimento de uma Nação», de Griffith. O filme é baseado numa história de Laurence Stallings, sobre a sua experiência durante a I Grande Guerra, e é precisamente este conflito (a grande parada do título) que serve de pano de fundo a esta bela história de amor e amizade em tempos de guerra, centrada na personagem de James Apperson (John Gilbert), um jovem oriundo de uma família rica que se alista no exército quando os EUA entram no conflito e vai parar a uma pequena localidade francesa, onde trava conhecimento com Melisande (Renée Adorée), por quem acaba por se apaixonar, apesar de ter uma noiva à espera. A acompanhá-lo está a dupla Bull (Tom O'Brien) e Slim (Karl Dane), que serão os dois camaradas de armas de James e o par que protagoniza as cenas mais cómicas de «A Grande Parada».

Mas se o conflito que marcou o início do século passado é a base para o filme, sobretudo na segunda metade, quando os três soldados partem para o campo de batalha (e as sequências de batalha estão muito bem conseguidas), são as relações entre as quatro personagens, seja a relação de James com Melisande ou a amizade dos três camaradas de armas, que fazem de «A Grande Parada» um belo filme, daqueles que dá vontade de ver e rever mais tarde. Cenas como a despedida do casal ou a forma como é filmada a morte no campo de batalha são belíssimas. As sequências finais, em plena guerra de trincheiras e quando James se questiona do que estão tantos jovens a fazer ali, a lutar porquê, terão levado muitos a a considerar este filme como um dos primeiros filmes anti-guerra da História do Cinema, mas é na relação entre James e Melisande que está toda a força de «A Grande Parada».

O filme foi a escolha da Cinemateca Portuguesa para o regresso às actividades em Setembro e contou com a presença do pianista canadiano Gabriel Thibaudeau, considerado um dos maiores especialistas em composições para Cinema Mudo, que acompanhou com piano ao vivo a projecção. O resultado tornou este regresso aos serões da Barata Salgueiro ainda mais especial.

King Vidor vai voltar a estar presente na Cinemateca Portuguesa no próximo dia 29 de Setembro, às 19h30, com outro filme bastante recomendável: «A Multidão».

Classificação: 5/5