quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A arte dos genéricos #2 Passarinhos e Passarões, de Pier Paolo Pasolini


Continuando a nossa descoberta de genéricos fora do normal, hoje é tempo de irmos até Itália do final dos anos 1960. Desta vez o destaque vai para «Passarinhos e Passarões», a magnifica fábula de Pier Paolo Pasolini protagonizada pelos inocentes Totò (Totò) e Ninetto (Ninetto Davoli), pai e filho que partem pela estrada fora acompanhados por um corvo intelectual de esquerda. Ao contrário dos genéricos tradicionais, neste estranho road movie com tons vincadamente políticos o genérico é cantado.

Este genérico cantado é uma certa variante de outros genéricos de abertura narrados, que tinham surgido anteriormente em filmes de Ingmar Bergman ou em algumas obras do período da Nouvelle Vague. Outra das particularidades deste original arranque do filme é que o cantor, Domenico Modugno, não se limita a musicar os nomes dos protagonistas e técnicos do filme, mas faz também alguns pequenos e deliciosos reparos sobre cada um deles. Por exemplo, no caso de Pier Paolo Pasolini, o cantor recorda que o realizador está a arriscar a sua reputação ao realizar este filme. E por aí fora, com todos os actores principais e os técnicos a terem direito a uma pequeno tempo de antena. O resultado final abre-nos o apetite com um sorriso nos lábios para a genial obra que virá a seguir e pode ser visto no vídeo seguinte:

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