segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Óscares 2013: Os Vencedores

Foi uma noite em branco para muitos apaixonados da Sétima Arte. Para outros não, que preferiram dormir e acordar de manhã para ver os resultados de mais uma edição dos Óscares. Eu, cinéfilo um pouco desiludido com a chamada indústria do Cinema, apesar de continuar ano após ano a acompanhar os seus principais lançamentos tenho de admitir, optei pela segunda escolha. A única ocasião em que me lembrei de ficar acordado para ver a cerimónia das estatuetas douradas levei um banho de água fria e resolvi não repetir a experiência. Estávamos em 2006 e o apresentador era Jon Stewart, personalidade que bastante admiro. No final da cerimónia, depois de horas à espera para saber quem iria levar para casa a estatueta de Melhor Filme, foi anunciado «Colisão», um dos filmes mais penosos que tive a oportunidade de ver numa sala de cinema, que nem um segundo visionamento, já com uma certa distância, permitiu mudar de opinião. Quando reparamos que estava a competir com um excelente filme chamado «Boa Noite, e Boa Sorte», de George Clooney, não podíamos fazer mais nada senão amaldiçoar as horas de sono perdidas.

É certo que os Óscares sempre tiveram estas escolhas um bocado 'esquisitas' e nem sempre premiaram os melhores. Quantos foram os realizadores geniais que ficaram de fora das escolhas da Academia ou foram reconhecidos tardiamente? No fundo não nos podemos esquecer que estes prémios foram criados para mostrar uma indústria que estava a nascer e precisava de se fazer notar como algo 'sério'. Mais do que nos primórdios, nos dias de hoje os Óscares mais não são do que uma manobra de marketing para promover filmes (e que melhor forma de levar público às salas, numa altura em que os downloads ilegais ameaçam a dita indústria, do que aumentar para 10 o número de nomeados à estatueta de Melhor Filme), sobretudo norte-americanos. E geralmente são os que fazem mais manobras de bastidores os que acabam para conquistar as estatuetas. O exemplo do vencedor de Melhor Filme da edição ano passado (e quiçá também o deste ano e de muitos outros) é perfeito.

Polémicas à parte, ontem à noite houve Óscares e desta vez houve estatuetas para todos os gostos. Numa edição em que não se sabe bem quem foi o grande vencedor (Ben Affleck, cujo «Argo» levou para casa o Óscar para Melhor Filme? «A Vida de Pi», que conquistou o maior número de estatuetas: quatro? Quentin Tarantino, o enfant terrible de Hollywood, cujo western «Django Libertado» levou para casa dois Óscares?) o 'mal' acabou por ser distribuído pelas aldeias. Apesar de praticamente nenhum dos meus favoritos ter levado para casa o prémio, falando do principal Óscar, não penso que este ano tenha havido uma grande injustiça, pois era mais do que óbvio que dificilmente «Amor» sairia de Hollywood com os principais prémios. Já as estatuetas para melhor interpretações femininas deixaram algo a desejar. Mas uma vez mais não nos podemos esquecer que estes são prémios destinados à indústria norte-americana. E pronto, é isto. Agora fica a lista dos vencedores, para quem ainda não a conhece. E não vale a pena maçar-vos mais com esta questão. Para o ano há mais.

Melhor Filme: «Argo», de Ben Affleck

Melhor Actor Principal: Daniel Day-Lewis («Lincoln»)

Melhor Actriz Principal: Jennifer Lawrence («Guia Para Um Final Feliz»)


Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz («Django Libertado»)

Melhor Actriz Secundária: Anne Hathaway («Os Miseráveis»)

Melhor Realizador: Ang Lee («A Vida de Pi»)

Melhor Argumento Original: «Django Libertado» (Quentin Tarantino)

Melhor Argumento Adaptado: «Argo» (Chris Terrio)

Melhor Animação: «Brave - Indomável», de Mark Andrews e Brenda Chapman

Melhor Filme Estrangeiro: «Amor», de Michael Haneke

Melhor Fotografia: «A Vida de Pi» (Claudio Miranda)

Melhor Montagem: «Argo» (William Goldenberg)
  
Melhor Direcção Artística: «Lincoln» (Rick Carter pelo design de produção e Jim Erickson pela decoração dos cenários)

Melhor Guarda-Roupa: «Anna Karenina» (Jacqueline Durran)

Melhor Maquilhagem e Cabelo: «Os Miseráveis» (Lisa Westcott e Julie Dartnell)

Melhor Banda Sonora: «A Vida de Pi» (Mychael Danna)

Melhor Canção Original: «Skyfall», de «007 - Skyfall» (Música e Letra de Adele Adkins e Paul Epworth)

Melhores Efeitos Sonoros: «Os Miseráveis» (Andy Nelson, Mark Paterson e Simon Hayes)
  
Melhor Montagem de Som: «007 - Skyfall» (Per Hallberg e Karen Baker Landers)
 
Melhor Montagem de Som: «00:30 A Hora Negra» (Paul N.J. Ottosson)
 
Melhores Efeitos Visuais: «A Vida de Pi» (Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik-Jan De Boer e Donald R. Elliott)

Melhor Documentário: «Searching For Sugar Man», de Malik Bendjelloul

Melhor Curta Metragem (Documentário): «Inocente», de Sean Fine e Andrea Nix

Melhor Curta Metragem (Ficção): «Curfew», de Shawn Christensen

Melhor Curta Metragem (Animação): «O Rapaz do Papel», de John Kahrs

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