É certo que os Óscares sempre tiveram estas escolhas um bocado 'esquisitas' e nem sempre premiaram os melhores. Quantos foram os realizadores geniais que ficaram de fora das escolhas da Academia ou foram reconhecidos tardiamente? No fundo não nos podemos esquecer que estes prémios foram criados para mostrar uma indústria que estava a nascer e precisava de se fazer notar como algo 'sério'. Mais do que nos primórdios, nos dias de hoje os Óscares mais não são do que uma manobra de marketing para promover filmes (e que melhor forma de levar público às salas, numa altura em que os downloads ilegais ameaçam a dita indústria, do que aumentar para 10 o número de nomeados à estatueta de Melhor Filme), sobretudo norte-americanos. E geralmente são os que fazem mais manobras de bastidores os que acabam para conquistar as estatuetas. O exemplo do vencedor de Melhor Filme da edição ano passado (e quiçá também o deste ano e de muitos outros) é perfeito.
Polémicas à parte, ontem à noite houve Óscares e desta vez houve estatuetas para todos os gostos. Numa edição em que não se sabe bem quem foi o grande vencedor (Ben Affleck, cujo «Argo» levou para casa o Óscar para Melhor Filme? «A Vida de Pi», que conquistou o maior número de estatuetas: quatro? Quentin Tarantino, o enfant terrible de Hollywood, cujo western «Django Libertado» levou para casa dois Óscares?) o 'mal' acabou por ser distribuído pelas aldeias. Apesar de praticamente nenhum dos meus favoritos ter levado para casa o prémio, falando do principal Óscar, não penso que este ano tenha havido uma grande injustiça, pois era mais do que óbvio que dificilmente «Amor» sairia de Hollywood com os principais prémios. Já as estatuetas para melhor interpretações femininas deixaram algo a desejar. Mas uma vez mais não nos podemos esquecer que estes são prémios destinados à indústria norte-americana. E pronto, é isto. Agora fica a lista dos vencedores, para quem ainda não a conhece. E não vale a pena maçar-vos mais com esta questão. Para o ano há mais.
Melhor Filme: «Argo», de Ben Affleck
Melhor Actor Principal: Daniel Day-Lewis («Lincoln»)
Melhor Actriz Principal: Jennifer Lawrence («Guia Para Um Final Feliz»)
Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz («Django Libertado»)
Melhor Actriz Secundária: Anne Hathaway («Os Miseráveis»)
Melhor Realizador: Ang Lee («A Vida de Pi»)
Melhor Argumento Original: «Django Libertado» (Quentin Tarantino)
Melhor Argumento Adaptado: «Argo» (Chris Terrio)
Melhor Animação: «Brave - Indomável», de Mark Andrews e Brenda Chapman
Melhor Filme Estrangeiro: «Amor», de Michael Haneke
Melhor Fotografia: «A Vida de Pi» (Claudio Miranda)
Melhor Montagem: «Argo» (William Goldenberg)
Melhor Direcção Artística: «Lincoln» (Rick Carter pelo design de produção e Jim Erickson pela decoração dos cenários)
Melhor Guarda-Roupa: «Anna Karenina» (Jacqueline Durran)
Melhor Maquilhagem e Cabelo: «Os Miseráveis» (Lisa Westcott e Julie Dartnell)
Melhor Banda Sonora: «A Vida de Pi» (Mychael Danna)
Melhor Canção Original: «Skyfall», de «007 - Skyfall» (Música e Letra de Adele Adkins e Paul Epworth)
Melhores Efeitos Sonoros: «Os Miseráveis» (Andy Nelson, Mark Paterson e Simon Hayes)
Melhor Montagem de Som: «007 - Skyfall» (Per Hallberg e Karen Baker Landers)
Melhor Montagem de Som: «00:30 A Hora Negra» (Paul N.J. Ottosson)
Melhores Efeitos Visuais: «A Vida de Pi» (Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik-Jan De Boer e Donald R. Elliott)
Melhor Documentário: «Searching For Sugar Man», de Malik Bendjelloul
Melhor Curta Metragem (Documentário): «Inocente», de Sean Fine e Andrea Nix
Melhor Curta Metragem (Ficção): «Curfew», de Shawn Christensen
Melhor Curta Metragem (Animação): «O Rapaz do Papel», de John Kahrs
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