quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A última ceia de Luis Buñuel

Viridiana (1961)

Sexo, Religião e Burguesia. Foram estes os temas abundantes na obra de Luis Buñuel, os dois últimos alvo de mordazes críticas por parte do realizador espanhol, um dos nomes mais sonantes do cinema surrealista. Um dos melhores exemplos das críticas à Religião no cinema de Buñuel surge em «Viridiana», clássico de 1961 que conquistou a Palma de Ouro em Cannes. Numa das cenas finais, quando os pobres ajudados pela protagonista se vêem sozinhos na quinta onde lhes deram refúgio e resolvem tomar conta do espaço para um jantar à moda dos senhores ricos, alguém se lembra de tirar uma fotografia de grupo (com uma máquina oferecida pelos pais - mais um pormenor delicioso do filme) e o resultado é o que se pode ver na imagem de cima: uma alternativa do fresco «A Última Ceia», de Leonardo Da Vinci. Neste caso não é Jesus Cristo que encontramos no centro da mesa, mas um cego. Brilhante metáfora, para um brilhante filme. O original encontra-se na imagem aqui em baixo.

«A Última Ceia», de Leonardo Da Vinci

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