A Infância de Ivan, de Andrei Tarkovsky
«A Guerra é coisa para adultos» é provavelmente a frase mais vezes repetida em «A Infância de Ivan», uma das primeiras obras da curta carreira de Andrei Tarkovsky, um dos maiores nomes do cinema soviético. Curiosamente este espantoso filme sobre a guerra (e não de guerra) é protagonizado por uma criança órfã que vive durante a II Guerra Mundial e trabalha como espião para as tropas russas. Cheio de cenas marcantes, sobretudo nos sonhos que o jovem protagonista tem ao longo do filme, o encontro entre Ivan e um homem mais velho, que ocorre durante a fuga da criança quando lhe dizem que não o querem na frente para não morrer, é uma das sequências mais fortes de todo o filme. A viver numa casa em ruínas, o homem aguarda o regresso da esposa, morta por um soldado nazi. A sequência termina com o grupo de soldados a levar Ivan de volta, depois deste breve encontro. No final o homem, de novo sozinho, lança uma frase seca de desespero ao nosso encontro, antes de fechar a porta de uma casa que não existe.
Para quem não conhece esta obra-prima, esta está disponível inteira neste link.
Oh boy, o que me foste lembrar. É uma grande sequência. A mise-en-scene é lindissima, o cenário ilustra a decadência que se fazia viver. O homem a abrir e a fechar a porta, o único elemento ainda de pé no meio daquelas ruínas...momento fascinante.
ResponderEliminarCumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori
Durante algum tempo embirrei com o cinema do Tarkovsky (digamos que tive uma primeira experiência traumática com a obra dele quando me aventurei a ver «O Sacrifício», filme que toda a gente me diz que nunca deveria ter sido o primeiro filme dele que devia ter visto), mas depois de ver este filme fiquei a gostar mais da sua obra e com vontade de voltar aos seus filmes. Esta cena é incrível, mas é apenas uma entre muitas neste enorme filme.
EliminarCumprimentos,
PMF
O Sacrifício foi mesmo o último filme que vi dele. De facto se há obra que mereça ser visualizada por ordem cronológica é a deste mestre. Cada filme acaba por complementar um pouco o anterior e denota-se bastante a sua tremenda evolução. O teor do seu trabalho cresce com ele. É sem dúvida o meu realizador predilecto.
EliminarCumprimentos,
Rafael Santos
Pois. Eu acho que o meu problema foi começar logo por um dos que é considerado dos mais inacessíveis dele. E por acaso também gosto sempre de acompanhar a obra de um determinado realizador vendo-a por ordem cronológica (quando isso é possível). «O Sacrifício» vi-o porque é o único que tenho em DVD e tinha curiosidade em ver algo do Tarkovsky por isso arrisquei vê-lo na altura.
EliminarMas com este regresso, a uma das primeiras obras, já fiquei com mais vontade de começar a ver os filmes dele. Provavelmente vai ser um dos meus próximos objectivos cinematográficos :)
Cumprimentos,
PMF
É uma cena triunfal, belíssima, como só Tarkovsky orquestrava. A propósito, e dentre os inúmeros planos e cenas que o filme possui com mestria, destaquei este há um tempo: http://caminholargo.blogspot.pt/2013/03/planos-3.html
ResponderEliminarCumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
Essa cena também é fantástica. É difícil escolher uma específica, o filme tem tantas. Mas a mim a que mais me tocou foi mesmo esta sequência do encontro entre o Ivan e esta personagem.
EliminarCumprimentos,
PMF
O primeiro filme que vi dele, e que grande introdução ao cinema de Tarkovski. Adoro.
ResponderEliminarEu fiquei convertido depois de ver este e com vontade de voltar a arriscar ver mais coisas dele. Mas já constatei que tem de ser devagarinho, para não estampar de frente com algo como «O Sacrifício».
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