Numa altura em que a animação está cada vez mais dominada pelo digital e pelo 3D é curioso constatar que ainda há quem resolva apostar em métodos mais tradicionais, como acontece em «Zarafa», um dos filmes da secção «O Universo da Animação», da Festa do Cinema Francês. E para quem pensa que estes filmes mais tradicionais são coisa do passado e fora de moda, o filme realizado por Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie vem contrariar essa opinião, pois tecnicamente este é um daqueles filmes de animação que apaixona os fãs do género.
Claramente virado para um público infantil, «Zarafa» baseia-se na história real da primeira girafa a entrar em solo francês, quando o Paxá do Egipto resolveu oferecer a Carlos X, o Rei de França, um espécime de tão exótico animal. Narrado por um ancião de uma aldeia africana a um grupo de crianças, o filme conta também a história de Maki, um menino de 10 anos que tenta a todo o custo trazer de volta a girafa Zarafa, como lhe chama, de volta à sua terra natal.
O resultado final é uma bela obra de animação, com uma história simples que apela ao coração de todos. E ainda temos direito a um cheirinho de diversos géneros: a viagem de África a Paris, que nos leva a atravessar desertos, mares e paisagens montanhosas, que nos faz recordar os filmes de viagens, faz também lembrar a espaços os filmes de aventuras, protagonizados por piratas e aventureiros que não têm medo de nada. «Zarafa» acaba também por ser uma grande surpresa para quem pensar que a animação tradicional foi chão que já deu uvas.
Classificação: 4/5
«Zarafa» vai passar hoje, dia 6 de Outubro, às 11h30 no Cinema São Jorge, em Lisboa e repete nos dias 11 em Almada, no Fórum Romeu Correia, às 15h00, dia 20 em Faro, no Teatro Municipal de Faro, às 15h00, no dia 28 no Rivoli Teatro Municipal do Porto, às 15h30, no dia 31 de Outubro em Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, às 10h30, e no dia 8 de Novembro, em Guimarães, no Cinema São Mamede, às 14h30.
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