sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Um Profeta, de Jacques Audiard (2009)
Depois do excelente «De Tanto Bater o Meu Coração Bateu», o francês Jacques Audiard brinda-nos com mais um grande filme. «Um Profeta», estreado por cá no final de 2009, é a história de um jovem delinquente que vai parar à prisão dos 'grandes' e por um acaso (estar na ala de um preso que tem de ser morto) acaba por se adaptar ao crime e aos poucos torna-se uma figura bastante influente, conseguindo amigos e aliados juntos dos dois principais grupos da prisão: os árabes e os nacionalistas da Córsega.
Para o papel principal de Malik, o profeta do título, Jacques Audiard conseguiu escolher um desconhecido Tahar Rahim que se continuar assim será um nome a reter no futuro. Como contraponto temos um repetente na obra do realizador, Niels Arestrup, que depois de interpretar o pai de Roman Duris em «De Tanto Bater o Meu Coração Bateu» uma vez mais apresenta uma figura patriarcal, ao ser o mentor de Malik.
Estes dois actores conseguem interpretações de luxo num filme de prisão que não conta uma fuga, como é mais comum neste tipo de filmes, mas antes a vida de um prisioneiro, que aproveita os contactos que faz para progredir na sua 'carreira', se assim se pode dizer. E consegue-o primeiro a fazer favores aos corsos dentro da cadeia, depois fora da prisão e por fim aproveitando as ideias de um companheiro para criar contactos e uma rede que trabalha para si enquanto cumpre pena. Sempre com a vantagem de se conseguir movimentar com as pessoas certas na altura certa e sair do barco quando este começa a meter água.
Tal como no anterior «De Tanto Bater...» Jacques Audiard filma um ambiente bastante sombrio, com as relações entre personagens marginais que procuram uma chance de redenção. A de Malik vai acontecendo com a presença do fantasma do homem que assassinou, que vai aparecendo ao longo do filme para falar com ele, e culmina no fim do filme, quando um dos seus companheiros morre e ele fica encarregue de tomar conta da sua família. Mesmo que para isso continue com 'más companhias' ao lado. O final fica um bocado em aberto, pois não se sabe se os criminosos que o esperam quando sai da prisão estão ali para o proteger ou para o matar.
Classificação: 4/5
(Crítica publicada originalmente a 3 de Janeiro de 2010 no blogue A Última Sessão)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário